Já dura alguns meses a busca por um novo prédio para sediar o Centro Especializado em Saúde (CES) de Caxias do Sul. O espaço, localizado na Rua Sinimbu, em São Pelegrino, sedia as atividades de distribuição de medicamentos à população e realização de consultas com especialistas.
As longas filas e a falta de estrutura para abrigar as pessoas que aguardam pelos serviços foram bastante citadas por candidatos neste início de campanha eleitoral. Inclusive, durante as entrevistas concedidas pelos candidatos à Gaúcha Serra nesta semana, o assunto entrou em pauta em vários momentos.
– A gente precisa voltar a ser protagonista enquanto cidade, mas acima de tudo voltar a ser mais humana. E quando eu digo mais humana, é não naturalizar o sofrimento das pessoas, as filas de espera por tratamento e por consultas de especialistas. A gente tem hoje aquela fila do CES, que abraça a quadra – afirmou Denise Pessôa (PT).
– Era nem 6 da manhã, a fila dobrava a esquina, de pessoas indo buscar remédio. Tem dias que está chovendo ali e as pessoas estão embaixo de chuva, no frio. Nós vamos tirar o CES da localização que está e vamos descentralizar a entrega de medicamentos – comentou Maurício Scalco (PL).
Apesar da necessidade visível, a dificuldade em encontrar um prédio com as características necessárias não tem permitido a transferência. A chefe de Gabinete da prefeitura, Grégora Fortuna dos Passos, informou a coluna que tem sido buscada uma área de porte razoável, que possa abrigar toda a estrutura atual e oferecer mais espaço para receber as pessoas com mais conforto. Além disso, precisa ter localização central, para facilitar o acesso.
Como não foi identificado um prédio que esteja disponível e reúna essas características, estão sendo buscadas alternativas. Uma delas é alugar um local menor do que o inicialmente planejado, e fazer a transferência apenas de parte dos serviços atuais do CES. De acordo com Grégora, este desmembramento faria com que a área de distribuição de medicamentos fosse se mudasse, com o espaço atual apenas para as consultas.
A chefe de Gabinete ressalta que a busca pelos medicamentos é a principal causa das filas, pela quantidade de pessoas que dependem deste serviço. Ela aponta que algumas medidas aplicadas até o momento não foram suficientes para resolver esta questão.
– A gente descentralizou as farmácias, mas não são todos os medicamentos, pois aqueles que vêm do Estado e da União e aqueles que são controlados são dispensados ali. Então vai continuar precisando de uma estrutura para a farmácia especializada. Então, o que está se trabalhando agora é retirar a farmácia dali, de forma urgente, e depois trabalhar com o CES em outras possibilidades – ressalta Grégora.
Uma das possibilidades citadas pela chefe de Gabinete para alteração no uso do CES é a implantação da telemedicina na saúde do município. A licitação que vai contratar este serviço está em fase final, e buscará profissionais de clínica geral. A ideia é ampliar as atividades no futuro, passando a oferecer consultas com especialistas, o que desafogaria a demanda pelo CES e diminuiria o uso do espaço.