Adriana Antunes
A lembrança é uma tábua solta no assoalho da casa. Tábua-data marcada no calendário. Foi naquele dia. Não se sabe bem a hora, porque já faz algum tempo. Então é melhor sentar-se. A coisa começa assim. Do nada. Às vezes se está sozinho. Noutras com outras pessoas. Não importa. A pisada é certeira. E mesmo que se saiba que ali sempre que pisar a lembrança volta, a gente esquece. E pisa outra vez. Pode fazer terapia, procurar cura na fé ou ir embora. Em todo lugar tem uma tábua solta e escondida, querendo ser pisada. E basta que você se distraia e ela se mostra, misturando o sentimento.
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