Conhecida por Rota da Produção, a BR-386 no norte do Estado, principal via de ligação com o oeste catarinense e centro oeste do país, está tirando o sono dos motoristas que trafegam pela rodovia e precisam acessar a pista de fiscalização de mercadoria do posto da Receita Estadual de Iraí, na altura do quilômetro um.
Diariamente, caminhoneiros são obrigados a fazer manobras arriscadas, a fim de tentar desviar dos buracos, que estão por todos os lados. e de acordo com eles, não são raras as vezes em que caminhões ficam atolados, pneus furam e molas e suspensões quebram, no momento em que os motoristas param para as vistorias.
O operador de logística de uma empresa de transporte de Frederico Westphalen, Rogério Raimondi, revela que todos os dias recebe reclamações de colegas sobre o estado da pista, e que o trecho é uma dor de cabeça constante:
— A palavra que melhor resume a situação da pista é a vergonha. Um posto dessa importância largado à própria sorte é lamentável. A empresa está tendo prejuízos constantes, em razão das “buraqueiras” do local. Em muitos casos, o prejuízo vem depois de rodar alguns quilômetros, quando estoura um pneu ou quebra uma suspensão — desabafa o funcionário.
De acordo com o Sindicato dos Técnicos Tributários, com exceção do Posto de Torres, no Litoral Norte, que passou por reformas e teve os problemas de infraestrutura solucionados, a situação de degradação asfáltica e sinalização se repete em outros quatro postos da Receita no Estado.
— Vacaria, Erechim, Barracão e Nonoai também estão em condições degradantes. Mas certamente Iraí é o local que está em piores condições. Há mais de três anos que não é realizada uma intervenção no local. A situação fica ainda mais crítica nesta época do ano, porque estamos em época de safra, cujo movimento é cinco vezes maior do que o normal — ressalta o presidente do Sindicato dos Técnicos Tributários, Afocefe, Alexandre Luzzi.
Segundo o presidente, o temor maior é de que aconteça um acidente, pois, muitos caminhões ao fazerem as manobras quase tombam sobre a via. Ele ainda acrescenta que a precariedade não é só física, mas também de falta de pessoal:
— Infelizmente, os trabalhadores são submetidos a condições degradantes de trabalho, nesses locais. Com uma demanda grande de serviço, onde muitas vezes é realizado por uma pessoa só. Há um concurso em andamento, com pessoas sendo chamadas, para diferentes setores da instituição, mas a área de trânsito de mercadoria está desassistida há anos com uma reposição de pessoal abaixo do ideal — pontua Luzzi.
Postos como o de Iraí, por exemplo, contam com 16 funcionários no trânsito de mercadorias, divididos em cinco turnos. O que dá três pessoas por turno. A lotação ideal, segundo o sindicato, é mais que o dobro da capacidade atual.
Soluções
GZH Passo Fundo entrou em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) sobre as condições da pista do Posto da Receita Estadual de Iraí, mas o departamento afirmou que o local não está sob sua jurisdição, que é responsabilidade do Governo do Estado. Por sua vez o Executivo Estadual em nota declara que "a equipe da Receita Estadual do posto fiscal de Iraí já abriu processo licitando correção da pista. O projeto no momento está no Daer e está seguindo fluxo previsto. Em relação ao trabalho de fiscalização segue normalmente, e a Secretaria da Fazenda segue periodicamente nomeando servidores com o intuito de garantir a prestação de serviços essenciais."
GZH Passo Fundo
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