Após dois dias de julgamento, a Justiça condenou Luciano Costa dos Santos, 46 anos, a 44 anos de prisão pelas mortes de Alessandro dos Santos, 35 anos, e Kétlyn Padia dos Santos, 15. Monalisa Kich, 24, que também estava no banco dos réus, foi absolvida das acusações. O julgamento terminou por volta de 22h desta quarta-feira (14), no Foro de Passo Fundo.
O crime é lembrado com um dos mais bárbaros da história recente de Passo Fundo. Em 19 de maio de 2020, três pessoas da mesma família foram encontradas mortas dentro de casa. Alessandro dos Santos, sua filha Kétlyn Padia dos Santos e a tia da adolescente Diênifer Padia foram mortos por asfixia.
Os réus julgados nesta terça e quarta-feira responderam pelo homicídio de Diênifer por motivo fútil e emprego de asfixia, além dos dois homicídios — de cunhado e sobrinha. Nenhum dos réus foi condenado pela morte de Diênifer. Cabe recurso da decisão.
Além de Luciano e Monalisa, a investigação da Polícia Civil apurou o envolvimento de outras três pessoas no caso. O acusado de ser o mandante do crime, Eleandro Roso, foi condenado a 69 anos e seis meses de prisão, reduzidos a 60 anos e oito meses de reclusão, após decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
Ainda são suspeitos Fernanda Rizzotto e Claudiomir Rizzotto, foragidos desde junho de 2020.
Monalisa responde ao processo em liberdade e Luciano está no sistema prisional.
A sessão foi conduzida pelo juiz de direito Luciano Bertolazi Gauer. O júri teve início na manhã da terça-feira, com a tomada de depoimentos de testemunhas de acusação, incluindo a delegada de polícia, dois agentes que participaram da investigação dos fatos e a mãe da Diênifer, além do interrogatório dos réus. As atividades se encerraram por volta das 20h de terça e foram retomadas às 8h15min desta quarta-feira.
O que diz a denúncia do Ministério Público
A investigação do apontou que o crime se deu por um relacionamento extraconjugal que Eleandro teve com uma das vítimas, Diênifer, e resultou em um filho. Ele e sua esposa, Fernanda, que está foragida, foram os mandantes do crime, motivados pela traição e nascimento da criança.
O irmão de Fernanda, Claudiomir, teria ajudado oferecendo recompensa pela morte de Diênifer a um ex-policial militar, Luciano. Conforme a denúncia do Ministério Público, Luciano seria o responsável por contratar os dois homens que invadiram a residência e vitimaram a família.
Já Monalisa, companheira de Luciano, teria entrado em contato com Diênifer pela internet e simulado o interesse em um aparelho que ela estava vendendo para conhecer a casa da vítima e passar as características do imóvel ao marido.
No dia do crime, os executores contratados — não identificados até o momento — fingiram estar interessados em comprar móveis anunciados por Diênifer na internet e combinaram horário para buscar os objetos.
Ao chegar no local, por volta das 21h, renderam as vítimas e as estrangularam utilizando lacres de plásticos. A denúncia ainda aponta que o cunhado e a sobrinha de Diênifer foram mortos como queima de arquivo, para que o crime não tivesse testemunhas.