Moradores das proximidades do ginásio Capingui, no centro de Passo Fundo, reclamam de furtos em veículos e insegurança nos arredores do local. De acordo com moradores, a área de estacionamento do ginásio fica aberta e concentraria usuários de drogas e pessoas em situação de rua à noite. O ginásio está interditado desde dezembro de 2021.
A família de uma moradora, que prefere não se identificar por segurança, relata um veículo teve bateria e um pneu estepe furtados no sábado (29) à noite. Um boletim de ocorrência foi registrado.
— É uma insegurança muito grande. Geralmente são furtos em carros. A gente vê muitos usuários de drogas rondando a região. Eles acabam dormindo dentro do estacionamento, subindo um barranco e tendo acesso, porque o portão fica aberto. Não tem cerca elétrica, ninguém fiscalizando o local — afirma a moradora.
GZH Passo Fundo foi até o ginásio e conferiu a situação. O portão se mantém aberto. É possível verificar que há lixo no terreno, além de garrafas de bebida alcoólica, restos de arame farpado e também um colchão.
— O Capingui está abandonado. A gente vê o pessoal cortando a grama, mas é só isso. Não tem uma tela mais alta, uma cerca eletrônica. Muitas vezes, chego de noite e dou uma volta na quadra antes de entrar em casa, porque nós vemos as pessoas perto daquele portão — completa.
A insegurança e os episódios de furtos em carros nos arredores do ginásio fizeram com que um condomínio investisse mais em câmeras de videomonitoramento. Segundo Alahna Oliveira, síndica de um prédio próximo ao ginásio, furtos de baterias são recorrentes na Rua Teixeira Soares, próximo da Rua General Osório.
— Não é a primeira vez que acontecem furtos. Já presenciei várias vezes. Muitas vezes, a gente chega em casa e já olha as câmeras, porque sabemos que tem gente rondando a região e entrando, seja pelo portão ou pelo cercado. Sempre acabavam assaltando, levando bateria dos carros — aponta.
A síndica diz que a polícia realizava patrulhamento em algumas oportunidades, o que chegou a reduzir a presença dos usuários de drogas. No entanto, eles acabam voltando.
— Vem muito usuário de droga se concentrar ali. A polícia vem, reduz, mas logo volta a acontecer. A maioria das pessoas do prédio sabe que não dá para deixar o carro na rua. Como síndica, já providenciei mais câmeras para aumentar nossa segurança — relata Alahna.
Capingui contrata empresa para reparos
GZH Passo Fundo procurou o Clube Náutico Capingui, proprietário da área do ginásio. Em nota, o clube afirmou que mantém o "local limpo e bem cuidado", com limpeza e controle de eventuais invasões.
"O Clube Náutico Capingui vem mantendo o local limpo e bem cuidado. É feita limpeza e controle de eventuais invasões. Recentemente, foi contratada uma empresa para fazer novos reparos no ginásio, assim como projetos para que ele seja restaurado com a segurança necessária", diz a nota.
Questionado sobre o portão aberto, o Capingui diz que verifica uma solução mais efetiva e declara que o cadeado anterior foi estourado.
O ginásio está interditado desde 6 de dezembro de 2021. O local precisa de adequações estruturais e aprovação do Corpo de Bombeiros para voltar ao funcionamento.
Brigada Militar recomenda fechar o espaço
De acordo com a Brigada Militar, a região próxima ao ginásio tem grande concentração de moradores de rua e usuários de drogas.
Conforme o subcomandante do 3º Regimento de Polícia Montada (RPMon) da BM de Passo Fundo, major Jeferson Miguel da Silva, recentemente foi feita fiscalização em áreas próximas, com demolição de locais não utilizados e que eram ponto de tráfico de drogas.
— É uma região dominada por moradores de rua e, em consequência, usuários de drogas. Não só no ginásio, mas em casas antigas naquela região, que também eram ocupadas por moradores de rua. Fizemos um trabalho junto com a prefeitura para vistoriar os locais. Alguns forma demolidos para evitar esse tipo de situação, de acessar o local para o consumo de drogas — afirma.
Segundo o subcomandante, ações de abordagens de pessoas e veículos são realizadas naquela região.
— A Brigada Militar tem atuado bastante no sentido de fazer abordagens naquela região. A gente sempre recomenda que o proprietário feche o local, evite que as pessoas tenham fácil acesso — completa.