Iniciou-se na manhã desta quinta-feira (2) o júri dos dois réus acusados de matar o jovem Ademir Lara Dias Júnior, 22 anos, em Passo Fundo em setembro de 2012. O julgamento é presidido pela juíza Rosali Terezinha Chiamenti Libardi no Fórum do município.
Os réus, Robson Pinheiro de Mello, 33 anos, e Adriano Soares, 31 anos, respondem por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e perigo comum.
Onze pessoas devem ser ouvidas. Três arroladas pela promotoria e outras oito convocadas pelas defesas dos réus – quatro de cada parte. A previsão é de que o júri seja encerrado na noite desta quinta-feira.
Ademir foi assassinado na madrugada de 15 de setembro de 2012 enquanto estacionava o carro na Rua Independência, próximo à esquina com a Rua Capitão Eleutério, no centro de Passo Fundo. Dois homens em uma motocicleta se aproximaram do veículo e atiraram. Dois disparos atingiram a vítima, que morreu na hora. O crime foi registrado por câmera de vigilância
Conforme a acusação, Robson pilotava a motocicleta, enquanto Adriano é apontado como responsável por disparar contra a vítima. O crime teria sido motivado por ciúme, pelo fato de a vítima estar se relacionando com a ex-namorada de um dos réus. Os dois respondem em liberdade.
—São 11 anos de espera. Sabemos que nada vai trazer ele de volta, mas pelo menos vamos poder descartar em paz — desabafa a irmã de Ademir, Patricia Dias.
Pela manhã, amigos e familiares de Ademir se reuniram em frente ao Fórum, vestindo camisetas com a imagem do rapaz e com faixas penduradas nas grades do prédio, clamavam por justiça.
— Só queremos justiça. Nada mais. São 11 anos de angustia e dor. Que a justiça seja feita — falou o pai de Ademir, Ademir Lara Dias.
O que diz a defesa de Robson Pinheiro de Mello
O advogado criminalista Fabrício Lorandi Pinheiro assumiu o caso em 2019.
— Quando chegamos ao plenário, nós já chegamos com o sentimento de perda e de muita dor. Sempre temos a dor de familiares que perderam o ente querido. Por outro lado, a dor da família do réu, que nunca imaginou passar por isso na vida. E também o sentimento do réu, que está com uma espada cravada nas costas há 11 anos, sem saber o dia de amanhã e qual será a decisão — declara Mello.
O que diz a defesa de Adriano Soares
Os advogados Jabs Paim Bandeira e Andreia Tavares representam Adriano. Segundo eles, a expectativa é de que se faça "justiça racional e humana".
— Temos de buscar alguma situação que haja racionalidade na pena do Adriano, porque ele tem uma participação menor na motivação do crime. Ele vai ter de pagar algo. Nós vamos sustentar dentro do júri, esperando que se faça justiça racional e humana dentro do quadro estabelecido — pontua Bandeira