Os dois acusados de matar o jovem Ademir Lara Dias Júnior em Passo Fundo, em setembro de 2012, foram condenados nesta quinta-feira (2) no Fórum da cidade. Robson Pinheiro de Mello, de 33 anos, recebeu a sentença de 21 anos e seis meses de reclusão. Já Adriano Soares, 31, foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão. A pena de Soares foi atenuada pelo fato de que o réu era menor de idade na época que cometeu o crime.
Os dois vão responder por homicídio triplamente qualificado, com motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e perigo comum, em regime inicialmente fechado.
O júri começou na manhã da quinta e terminou ainda no fim da noite do mesmo dia. Amigos e familiares do jovem se reuniram em frente ao Fórum antes do início do julgamento.
Ademir foi assassinado na madrugada de 15 de setembro de 2012, quando tinha 22 anos, enquanto estacionava o carro na Rua Independência, próximo à esquina com a Rua Capitão Eleutério, no centro de Passo Fundo. Dois homens em uma motocicleta se aproximaram do veículo e atiraram. Dois disparos atingiram a vítima, que morreu na hora. O crime foi registrado por câmera de vigilância
Conforme a acusação, Robson pilotava a motocicleta, enquanto Adriano é apontado como responsável por disparar contra a vítima. O crime teria sido motivado por ciúme, pelo fato de a vítima estar se relacionando com a ex-namorada de um dos réus.
Adriano foi preso em novembro de 2012, mas depois recebeu direito de responder em liberdade. Robson foi detido preventivamente em abril de 2014 e permaneceu na cadeia por oito meses, quando foi liberado.
Contraponto
O que diz a defesa de Robson Pinheiro de Mello
O advogado criminalista Fabrício Lorandi Pinheiro assumiu o caso em 2019.
— Quando chegamos ao plenário, nós já chegamos com o sentimento de perda e de muita dor. Sempre temos a dor de familiares que perdemos o ente querido. Por outro lado, a dor da família do réu, que nunca imaginou passar por isso na vida. E também o sentimento do réu, que está com uma espada cravada nas costas há 11 anos, sem saber o dia de amanhã e qual será a decisão — declara Mello.
O que diz a defesa de Adriano Soares
Os advogados Jabs Paim Bandeira e Andreia Tavares representam Adriano. Segundo eles, a expectativa é que se faça "justiça racional e humana".
— Temos de buscar alguma situação que haja racionalidade na pena do Adriano, porque ele tem uma participação menor na motivação do crime. Ele vai ter de pagar algo. Nós vamos sustentar dentro do júri, esperando que se faça justiça racional e humana dentro do quadro estabelecido — pontua Bandeira.