Aos 46 anos, Pedro Almeida (PSD) disputa a reeleição ao cargo de prefeito de Passo Fundo, no norte do Estado. Em entrevista a GZH, o pré-candidato falou sobre os programas que quer dar seguimento, as prioridades e o que julga que ainda falta fazer.
Essa é a terceira de três entrevistas com os pré-candidatos escolhidos nas convenções partidárias à prefeitura de Passo Fundo. Os encontros aconteceram de 7 a 9 de agosto e a ordem de publicação obedece a ordem alfabética: primeiro Airton Dipp (PDT), depois Márcio Patussi (PL) e, por fim, Pedro Almeida.
Antes de assumir a prefeitura, em 2021, Pedro foi secretário de Cultura e de Gestão nos anos de 2013 e 2020, nos mandatos de Luciano Azevedo, hoje deputado federal.
Para a reeleição, o candidato compõe chapa com Volnei Ceolin (MDB) para vice. Eles representam uma coligação entre os partidos PSD, MDB, Progressistas, PSB, Cidadania e PSDB. Confira a seguir o que planeja o político passo-fundense para o pleito e, se reeleito, sua segunda gestão em Passo Fundo.
GZH: qual tema deve nortear a campanha eleitoral e que deve ser discutido com prioridade?
Pedro Almeida: espero que a gente consiga trazer tudo o que foi realizado ao longo desses anos pelo nosso time de governo. Isso inclui os projetos em andamento e os que ainda devemos entregar, e que têm transformado a cidade ao longo do tempo. Também é importante fazer a associação de que estamos seguindo um governo desde a época do ex-prefeito Luciano e que, no setor público, precisa tempo para fazer grandes transformações. Passo Fundo vive essas grandes transformações, algumas se consolidando agora e em um percurso mais longo.
GZH: como a gestão deve olhar para a questão da crise climática no Estado? Como Passo Fundo pode avançar?
PA: é importante fazer um recorte de setembro do ano passado, quando tivemos um primeiro evento climático que nos afetou muito mais do que em maio deste ano. Na época, iniciamos um processo específico para dar conta desse tema. Criamos nosso plano de contingência e começamos obras estruturantes e de drenagem para evitar alagamentos, o que nos ajudou para que em maio não tivéssemos problemas mais graves.
E é um tema que vamos seguir tratando e que estou muito esperançoso quanto a um novo arranjo de gestão com o comitê climático. Esse grupo foi criado com a sociedade civil e faz uma discussão ampla, provocadora, quanto a um plano de ação mais robusto para os próximos anos. Temos um plano de contingência em andamento para os eventos mais imprevisíveis que precisem de uma ação rápida. Mas eu acho que devemos pensar também a longo prazo, e por isso este comitê foi elaborado. Ele tem tratado com a iniciativa privada, órgãos fiscalizadores e entidades do tema. E essa discussão não pode parar.
GZH: como Passo Fundo pode se desenvolver econômica e socialmente?
PA: Passo Fundo é um bom exemplo de desenvolvimento econômico e social nos últimos anos. Acho que temos que criar riqueza, oportunidade, emprego, renda, atrair novos negócios e fortalecer o setor produtivo aqui para que os nossos empresários tenham capacidade de ampliar os seus negócios. E que isso possa ser refletido na vida do cidadão, com melhorias contínuas da educação, da saúde e da estrutura da cidade. Os nossos indicadores são maravilhosos. Nós passamos de nona para sexta economia, e temos uma perspectiva de chegar a quinto ou quarto no PIB do Rio Grande do Sul. Tudo isso dado aos investimentos que estão acontecendo na cidade, e aqueles que estão anunciados.
Não há como não citar o grande desenvolvimento da Be8, que vai ser o maior investimento desse ano, mais de um R$ 1 bilhão. Isso foi possibilitado, é claro, pelo conjunto de ações que acontecem na cidade há muitos anos, e pela confiança do empresário numa gestão que está fazendo a sua parte como poder público. A nossa maneira de fazer gestão é clara, responsável e com transparência de nossas contas. Passo Fundo está no caminho certo, está fazendo a sua parte, unindo os setores. O desenvolvimento econômico é o que eu chamo da “locomotiva” que puxa todos os outros vagões da evolução da nossa comunidade. Sem riqueza e desenvolvimento econômico não há essa possibilidade.
GZH: você representa a continuidade de uma gestão que está há 12 anos no poder. O que considera que não foi feito e que pretende fazer?
PA: os oito anos do ex-prefeito Luciano foram de grande transformação na mentalidade da gestão pública, trazendo um governo técnico, com outro tipo de arranjo e de gestão, olhando para pesquisas e ouvindo a população. Quando assumi, peguei uma pandemia onde toda a energia foi para isto e em busca da vacina. Tivemos muita preocupação com novas escolas e estrutura de revitalização do Hospital Municipal, importante para atendimento às pessoas.
Mas, claro, há muita coisa para avançar e temos que, cada vez mais, preparar a cidade para o futuro. Nossa aposta é uma cidade educadora, que dê condições dos jovens buscarem a sua oportunidade. Eu sei o quanto as pessoas buscam se colocar no mercado e o quanto há dificuldade, porque há uma necessidade de estudar, de ter habilidades. E dois programas que criamos, o Café com Emprego e a Escola das Profissões, vieram dentro dessa esteira.
Temos também uma transformação acontecendo, novas empresas instalando aqui na inovação e na tecnologia. E precisamos de mão de obra qualificada em todas as áreas. Então a aposta na educação, no futuro, com capacitação da mão de obra, é uma das coisas que mais me toca. É esse o legado que eu gostaria de deixar como gestor público.
GZH: no ano passado, 7,2 mil pessoas viviam em extrema pobreza em Passo Fundo. Como fazer com que as pessoas saiam dessa condição?
PA: eu acredito muito na assistência social da cidade. Temos uma grande rede com profissionais sérios, instituições que nos ajudam e todo um sistema completo para dar assistência. Mas, acredito que a melhor assistência social é a que se mede pelo número de pessoas que deixam de usar o serviço. Nós temos que promover que as pessoas consigam evoluir, não fiquem dependentes da assistência social. Você ajuda a pessoa no momento que ela precisa, mas dá condições para que ela possa “andar com as próprias pernas”. E a saída é a educação e o emprego.
Eu acho que esse é um ponto fundamental que nos difere de outros pensamentos políticos. Eu quero capacitar as pessoas, prepará-las e dar oportunidade para não dependerem mais do governo. Mas nós temos programas que ajudam muito as pessoas, como o Meu Bebê, Meu Tesouro, que já atendeu mais de 2,5 mil mães vulneráveis ou que tinham dificuldade. A Escola de Tempo Integral também possibilita que o filho fique na escola para a família ir em busca de seu sustento. Outro muito importante é o Programa Apoiar e Comprometer (PAC), que acolhe qualquer pessoa que queira trabalhar, mesmo sem nenhuma habilidade. Muitas vezes, são pessoas que tem problemas com drogas ou família estruturada, e que assim começam um trabalho. A minha maior vontade é fazer com que as pessoas evoluam e possam realmente ter as vidas transformadas através desses programas.
GZH: e qual é a importância do vice, Volnei Ceolin, em sua chapa? Como se deu a escolha deste nome?
PA: estou muito feliz com a escolha do Ceolin. É uma pessoa da nossa comunidade, com laços fortes em Passo Fundo. Tem uma vida dedicada ao serviço público de mais de 30 anos e vai colaborar muito com o nosso governo nesse sentido. A experiência toda do Ceolin na segurança e no trato com as pessoas vai ser um componente bem importante para os desafios que nós estamos enfrentando e vamos enfrentar. O meu governo não é de um homem só. É um governo aberto, com um time muito forte trabalhando. O meu grande vice-prefeito João Pedro foi uma figura maravilhosa. Tinha muito a ver com essa questão da assistência social. E cada um tem uma característica, e acho que o Ceolin vai ajudar nesse sentido. Cada um com sua experiência e bagagem construindo esse novo momento.
Leia todas as entrevistas
Desde segunda-feira (12), publicamos as entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Passo Fundo respeitando a ordem alfabética de seus nomes. Foram eles:
Confira a cobertura completa das eleições municipais em GZH Passo Fundo.