O caso de uma mulher que foi agredida com uma barra de ferro em São José do Ouro, no norte gaúcho, chocou a região pela brutalidade das imagens, captadas em câmeras de segurança. O fato aconteceu no último domingo (20). O principal suspeito das agressões é o ex-companheiro da vítima.
O homem teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas está foragido. O caso é tratado pela polícia como tentativa de feminicídio. A sobrevivente, que não quis ter o nome divulgado, teve fraturas no braço, perna, tornozelo e escoriações na cabeça. Ela precisou passar por duas cirurgias e teme que sua vida esteja em risco, uma vez que o agressor segue solto.
— Eu estou com medo, porque eu não esperava. Sei que a culpa nunca é da gente, mas fico me perguntando, por quê? Que motivo leva um cara a fazer uma coisa dessas? Eu quero realmente que ele pague pelo que fez — relata a mulher, que está internada em Passo Fundo.
A vítima conta que na noite das agressões ela estava em uma festa com uma amiga, quando o suspeito tentou se aproximar várias vezes. Por causa da insistência, elas acionaram um segurança, que o retirou do local.
— Quando cheguei em casa e desliguei o carro, ele estava esperando nós no escuro, lá na garagem de casa. Eu lembro que ela (a amiga) saiu do carro e eu fiquei com a lanterna do celular procurando a minha bolsa. Eu não vi o momento que ele passou pela frente do carro e bateu nela. E nisso ele já começou a me bater dentro do carro — relembra.
De acordo com ela, os casos de perseguição eram frequentes, mesmo depois do término da relação. O comportamento motivou um pedido de medida protetiva contra o ex-parceiro, em julho.
— Ele era uma pessoa possessiva. Nunca foi violento, mas eu tinha que dar satisfação de tudo, onde eu estava, onde deixava de ir. Quando eu estava trabalhando, se eu saísse com o carro e ele visse que eu não estava, ele enlouquecia. Em casa era a mesma coisa — completa.
O suspeito também agrediu a amiga da vítima, que precisou de seis pontos na cabeça. Depois das agressões, ele teria voltado ao local e colocado fogo no carro da ex-companheira.
A investigação do caso segue em andamento. Em nota, o delegado responsável, Janquiel Grando, diz que diversas diligências já foram realizadas, inclusive oitivas das vítimas e testemunhas. Ele pontua ainda que a apuração está em sigilo e demais detalhes não serão divulgados.