Por Deniz Anziliero, diretor da Escola do Agronegócio da Atitus Educação
O Brasil tem se destacado globalmente pelo vigor do seu agronegócio impulsionado, em grande parte, pelos avanços tecnológicos recentes. Nesse cenário, as empresas cerealistas desempenham um papel crucial, dedicando-se ao setor produtivo com o objetivo de aprimorar as condições de produção, armazenamento, acesso ao crédito, comercialização e beneficiamento das safras.
As cerealistas estabelecem parcerias estratégicas com produtores rurais, acompanhando todo o ciclo produtivo, desde o plantio até a comercialização dos produtos.
O setor oferece uma gama de serviços essenciais ao agricultor, o que inclui assistência técnica, fornecimento de insumos, produção de sementes, recepção, secagem, limpeza, padronização, armazenamento e comercialização de cerca de 40% dos produtos vegetais primários.
Esse suporte é particularmente valioso para produtores que não possuem estrutura própria, garantindo-lhes as condições necessárias para armazenar e comercializar suas safras.
Aqui cabe ressaltar que o Brasil, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tem déficit de locais para armazenar cerca de 40 milhões de toneladas ao ano — carência de infraestrutura que leva produtores a armazenar parte de sua colheita em caminhões nos períodos de supersafra.
Assim, a qualidade do grão é prejudicada e a produção precisa ser vendida imediatamente, retirando do agricultor a possibilidade de ter rendimento melhor com a venda futura.
O acesso a crédito é outro papel relevante que as cerealistas desempenham no mercado. Como os financiamentos governamentais nem sempre atendem toda a demanda e o acesso a bancos nem sempre oferece condições competitivas, essas empresas têm presença significativa no custeio da produção.
2º Congresso Cerealista Brasileiro
Atuando em defesa do setor, a Associação das Empresas Cerealistas do Brasil (Acebra) representa empresários do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. Com 19 anos de história, a entidade vem sendo liderada pelo ex-deputado federal Jerônimo Goergen, que busca fortalecer a atuação política, econômica e institucional das empresas cerealistas em nível nacional.
Esse protagonismo será apresentado na 2ª edição do Congresso Cerealista Brasileiro, entre 21 e 23 de novembro, na Serra gaúcha, cujo lançamento ocorreu na 47ª Expointer.
Na feira, a Associação Gaúcha dos Cerealistas (Acergs), com sede em Passo Fundo, foi homenageada pela Assembleia Legislativa pelos seus 20 anos de fundação. Pioneira no associativismo dos cerealistas, reúne 75 empresas e mais de 600 profissionais no campo, contribuindo significativamente para o crescimento do agronegócio.
A região de Passo Fundo, por exemplo, com grande número de associados, figura na segunda colocação na participação do PIB do Estado, graças à riqueza que vem do campo, mesmo com todas as interferências climáticas que temos vivenciado.
Ao unir forças, as empresas conseguem enfrentar desafios comuns com maior eficácia, compartilhando recursos, inovando e melhorando a competitividade. A cooperação promove, ainda, a troca de conhecimentos, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e a eficiência produtiva.
Exemplo de como essa união pode contribuir com o setor agropecuarista é a criação recente da Academia Acebra-Atitus, uma proposta da Acebra, junto a Atitus Educação e a Bayer, para educação continuada dos seus associados.
Entre em contato com o colunista através do e-mail deniz.anziliero@atitus.edu.br.