Quem passa diariamente pela Avenida Rio Grande, nos bairros Valinhos e Vera Cruz de Passo Fundo, percebe a presença frequente de pedestres nas ruas. A prática, que se tornou comum ao longo dos anos, é motivada pela obstrução das calçadas em inúmeros trechos da via. Apesar do problema, não há denúncias de falta de passeio público registradas na secretaria de Transportes e Serviços Gerais da cidade, responsável pela fiscalização.
Enquanto a dificuldade persiste, os moradores seguem acostumados a se exporem ao trânsito diariamente. O instalador hidráulico Paulo Jair Fishborn mora na avenida há 30 anos, e afirma que o problema fica mais evidente a partir das 16h, quando aumenta o volume de veículos trafegando no local:
— A partir das 16h isso vira uma loucura, a gente tem que andar desviando dos carros, e não podemos ir muito perto dos portões das casas porque tem muito cachorro, e eles quase nos mordem, é complicado. São uns três quilômetros sem calçada, sei porque ando todo dia. Colocaram uns redutores de velocidade e quebra-molas, mas não adiantou muito.
O transtorno é perceptível a partir do cruzamento com a Rua das Laranjeiras até a Rua Santa Cruz. Quando há calçada, são trechos estreitos, com obstáculos e rampas de acesso às garagens. Outra moradora, Daiane Carvalho, também demonstra indignação:
— Quando estou com meu marido, não conseguimos andar lado a lado, temos que ir um atrás do outro porque não tem espaço.
A preocupação da exposição com os carros também inclui as crianças. A cozinheira Cátia Adriana de Mattos Lopes Melo, mora no local há 20 anos e chegou trocar a filha de escola para evitar que ela passe pela avenida:
— A gente fica apreensivo até quando um filho vai ao mercado. A minha eu fiz transferência de escola para ficar em uma mais próxima, pois tenho medo que ela passe pela avenida, é muito perigoso. Os carros passam muito rápido e umas quantas vezes deu atropelamento. Agora está muito pior porque têm muitas empresas, então aumenta o trânsito, e a tendência é piorar.
A fiscalização e notificação dos proprietários de terrenos e residências ocorre através de denúncias, ou mediante a constatação dos fiscais municipais da infração, obstrução do passeio público. Segundo o secretário da pasta, Alexandre de Mello, não há processos registrados na avenida.
— Assim que constatada a irregularidade, o setor de fiscalização notifica o proprietário ou responsável pelo imóvel, ou estabelecimento, para que seja liberado o passeio. Caso não o faça, ele será autuado. No momento, não consta em nosso sistema nenhum processo referente a obstrução de passeio público na Avenida Rio Grande — afirma.
Conforme a lei, a pena aplicada pode ficar entre R$ 1,6 mil a R$ 3,3 mil. Na região da avenida, são quatro processos tramitando, referente a falta de limpeza e conservação de terrenos.
Intervenções na avenida
Questionados sobre melhorias na região, o secretário de obras, Rubens Astolfi informou que, no momento, a prefeitura trabalha para recuperação de 800 metros da via, no trecho entre a Rua Soledade e a Rua Gelson Ribeiro. Ainda, serão substituídas 109 luminárias da vida.
GZH Passo Fundo
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