Cautela
Apesar dos professores municipais de Passo Fundo já terem demonstrado grande poder de força e mobilização, é impossível adiantar o resultado da assembleia marcada para essa quinta-feira. O próprio CMP-Sindicato vai para a assembleia bastante cauteloso, tanto que pela primeira vez a votação será fechada para que os professores se sintam mais à vontade para votar. De acordo com o diretor do CMP-Sindicato, Tiago Machado, a preocupação é de não impor uma greve que possa ter consequências para a categoria, como por exemplo, o desconto dos dias parados, caso seja considerada inconstitucional. Por isso, também, segundo o dirigente, caso se confirme a greve, será por tempo determinado. Após a aprovação pela Câmara do índice de 7,1% que será pago a todos os servidores, o CMP-Sindicato insiste que a pauta de reivindicações da categoria vai muito além da questão financeira, e inclui soluções para a falta de monitores nas escolas e a sobrecarga de trabalho como itens prioritários na negociação com o Executivo municipal.
Plano de Carreira
De acordo com o CMP-Sindicato, o adoecimento atinge, atualmente, 9,3% da categoria, o que equivale a 1.300 professores. Além disso, faltam 300 monitores nas escolas, o que, inclusive, já provocou uma Ação Civil Pública, onde o município é réu. Não resta dúvida, porém, que a defesa do plano de carreira continua sendo a prioridade da categoria. Segundo o CMP-Sindicato, o pagamento dos completivos para alcançar o piso representa uma estratégia do município para acabar com o plano de carreira do magistério municipal, ou seja, uma reforma administrativa lenta e gradual.
Moeda de troca
Gestores públicos de todo o país estão em Brasília participando de mais uma Marcha dos Prefeitos que vem sendo marcada por fortes cobranças pelo novo pacto federativo, que deve fazer parte da Reforma Tributária. Hoje, a União detém mais de 60% de todos os tributos arrecadados no país e os municípios recebem apenas 6,5% do bolo tributário brasileiro. Mudar a distribuição destas fatias do bolo é reinvindicação antiga das lideranças municipalistas. Porém, o cálculo não é só matemático, mas político...Quanto mais autonomia de recursos os municípios tiverem, menos eles vão depender das disputadas emendas parlamentares, que há muito tempo servem de moeda de troca em nome de apoios políticos, na velha prática de que “uma mão lava a outra”...
Base
Em ano pré-eleitoral, a palavra de ordem nos partidos é filiar novas – ou velhas - lideranças visando 2024, esforço que também vem sendo feito pelo Executivo municipal para ampliar a sua base na Câmara de Vereadores. São tantas especulações, que o vereador Rufa Soldá (PP) foi obrigado a esclarecer na sessão de segunda-feira que o PP não faz parte da base do governo Pedro Almeida. Isso depois do vereador Evandro Meirelles (PTB) dizer o contrário, fazendo questão de lembrar, inclusive, que o PP tem uma secretaria no governo. Porém, segundo Rufa, a nomeação de Josué Longo para a secretaria de Transparência foi uma “decisão pessoal” do prefeito e não tem nada a ver com o partido...Talvez o vereador Evandro Meirelles possa ter se confundido em função de Rufa ter votado com a Situação no projeto de reajuste do funcionalismo...
Temas nacionais
O Brasil é o 5° país que mais mata criança e adolescente. Diariamente são registradas 233 agressões a crianças e adolescentes no Brasil. Foi com base nestes dados alarmantes que o deputado Luciano Azevedo (PSD) protocolou o seu terceiro projeto na Câmara dos Deputados propondo pena dobrada nos crimes de tortura cometidos contra crianças e adolescentes. Os três projetos apresentados pelo deputado em menos de um mês de mandato revelam que Luciano deve mesmo pautar o seu trabalho em Brasília não só em busca de recursos para a região, mas também voltado a grandes temas nacionais...Falando em temas nacionais, Luciano mantém a cautela ao tratar de seu apoio ou não à CPI de 08 de janeiro. Porém, vem dando algumas pistas sobre o seu voto, quando diz por exemplo que “o país deve ser pacificado” e que “CPIs em geral dão muito barulho e pouco resultado”, e que só se justificam “quando os órgãos de investigação não conseguem avançar, o que não vem acontecendo.”...Resta saber o quanto a pressão dos seus eleitores e apoiadores de direita irá pesar no momento da votação...