O corpo de Nésio Alves Corrêa, o Gildinho dos Monarcas, está sendo velado no CTG Sentinela da Querência em Erechim, no norte do Estado. Considerado um dos maiores artistas da música gaúcha, o acordeonista morreu neste sábado (11), aos 82 anos, vítima de câncer.
Durante a manhã, dezenas de pessoas entre familiares e personalidades do tradicionalismo estiveram no local para se despedir do ídolo. No local, um cenário reverencia o legado deixado por ele na música gaúcha, com itens como a gaita e registros de apresentações.
A filha, Sandra Borges Corrêa, que acompanhou Gildinho durante os dois meses de internação, relembra que mesmo debilitado e com a piora do quadro clínico, os clássicos da banda ajudavam o pai a se manter ativo:
— Nós falávamos muito sobre música, sempre foi assunto favorito dele. Com a evolução do quadro clínico ele ficou com dificuldades de falar, mas quando mostrávamos algum clássico dos Monarcas ele imediatamente tentava cantar. Ele tinha nítida memória e amor, a banda alegrava ele.
Esta paixão pela música foi transmitida aos familiares. A neta, Valentina Corrêa, comenta que o sentimento do avô continuará vivo em todos:
— Meu avô transmitiu muitas coisas, mas principalmente esse amor que ele tinha pela música tradicionalista. Hoje eu tenho muito desse amor dele vivo dentro de mim, e só tenho a agradecer ele por isto.
O legado
O local onde acontece o velório de Gildinho também foi palco de momentos importantes para a família e para a cidade. O músico foi um dos fundadores do espaço que, no ano passado, foi palco da comemoração de seus 82 anos, junto de mil convidados.
— Perdemos hoje um dos pilares da nossa entidade, que era importante para nós, para o Estado e para o Brasil. Em 2017, tivemos a felicidade de homenageá-lo no Enart, como o rei da música gaúcha. Então guardaremos boas lembranças dele como tradicionalista, e como pessoa — comentou o atual patrão do CTG, Gilmar Gasparin.
Em sua última apresentação artística, Gildinho reencontrou os músicos da primeira formação dos Monarcas, no programa Baita Loko no YouTube, do baterista dos Monarcas Vanclei da Rocha. O momento ficará marcado na memória de Vanclei:
— Ele se apresentou três vezes no canal, e a última acabou sendo a última dele em vida. É algo que marcou e que fico muito honrado, é um privilégio. Trabalhar com ele era de uma energia muito auto astral, ele dava força, cumpria o horário, era muito honesto e parceiro. Sempre foi um cara bonachão, amigo de todo mundo.
Velório
A cerimônia é aberta ao público e deve se estender até as 16h, quando ocorre a missa de despedida. O sepultamento ocorrerá no Cemitério Municipal de Erechim, às 17h.