Começou nesta quarta-feira (4) o júri dos três réus acusados de participação em assalto a agências bancárias de Ibiraiaras, no norte do Estado, em 2018.
A denúncia do Ministério Público acusa o trio de latrocínio e tentativa de homicídio, além de outros 26 fatos. O julgamento acontece no Fórum de Lagoa Vermelha.
A previsão é que o primeiro dia de júri seja dedicado a ouvir as vítimas da ação dos criminosos, com tempo de fala livre. O júri deve ir até sexta-feira (6).
Sete vítimas foram ouvidas até as 13h. Dessas, duas foram levadas nos carros pelos assaltantes no dia do crime. Durante a tarde, quem fala é um gerente de banco à época do crime.
— A expectativa é de um júri longo. A acusação vai se impor exatamente pela palavra das vítimas e por tudo que foi apreendido durante o processo. E evidentemente que a gente espera uma condenação a uma pena alta. Além de ser um crime extremamente grave, mesmo que não seja inédito na região, colocar pessoas em cordão humano bota em risco toda a coletividade — disse o promotor Henrique Rech Neto.
Conforme a Vara de Execução Criminal de Lagoa Vermelha, não é possível precisar até que horas os trabalhos devem prosseguir nesta quarta.
Ao todo, são 24 vítimas, duas testemunhas de acusação e quatro testemunhas de defesa. Alguns depoimentos são dispensados para agilizar o julgamento.
Relembre o caso
Os assaltos aconteceram em 3 de dezembro de 2018, quando um grupo de criminosos deu início a roubos simultâneos a agências bancárias de Ibiraiaras.
A ação resultou na morte de Rodrigo Mocelin da Silva, 37 anos, subgerente da agência do Banco do Brasil.
Durante a ação, os assaltantes levaram a vítima como refém no porta-malas do carro. Naquele momento, os criminosos em fuga entraram em confronto com a Brigada Militar. A vítima foi atingida por um tiro e não resistiu. Outros seis criminosos foram mortos em confronto com a polícia.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu que o projétil que atingiu o bancário foi disparado por um policial militar envolvido na ocorrência. Apesar da morte ter sido causada por um policial, os agentes não foram denunciados na ação. No processo, eles são considerados vítimas de tentativa de homicídio.