A sede do 3º Regimento de Polícia Montada (RPMon) de Passo Fundo, no norte do RS, virou um centro regional de recebimento de donativos e uma rede de solidariedade para os afetados pelas enchentes.
Dentro do prédio, o cenário das montanhas de doações muda a cada minuto, frente ao trabalho e destreza de dezenas de voluntários que recebem, separam, organizam e destinam as doações deixadas do lado de fora do salão.
Além dos servidores públicos, que foram incentivados a emprestar sua força para a campanha, muitos voluntários, sensibilizados pela causa, também participam do trabalho de triagem. Já há dois dias no 3º RPMon, o casal de aposentados Guaraci dos Santos Franco e Jane Franco trabalha junto para separar as doações que chegam.
— Sempre fizemos trabalhos voluntários, mas aqui nos doamos mais ainda. Estamos desde a quinta-feira [7] de tarde, e vamos seguir enquanto precisarem de nós. É gratificante, não é cansativo, a gente nem vê o tempo passar. Ajudar nunca é demais — define Guaraci.
Ao lado, a moradora do bairro Petrópolis Janize Piccinini Girardello também não mede esforços para ajudar os atingidos. Desempregada, ela viu a água chegar a duas quadras de sua casa e decidiu entrar para o grupo de voluntários nesta sexta-feira (8).
— Eu estava pronta para ir para Muçum, ajudar lá. Mas nos pediram que ficássemos para ajudarmos daqui. Agora eu só saio daqui quando acabar — pontuou.
Do lado de fora, Julinho Cesar Backes se desdobrava na retirada das sacolas de doação levadas pelos passo-fundenses e pessoas da região em seus carros. Pedreiro e serviços gerais, ele ouviu notícias de que precisavam de voluntários e não pensou duas vezes antes de ir até a sede do 3º RPMon.
— Eu não conhecia aquelas cidades, mas imagino a tristeza. É uma coisa sem explicação. Vim pela solidariedade, para ajudar quem está precisando. Isso é muito, muito bom, me emociono.
Foco agora é em produtos de limpeza
Com três novos pontos de triagem, Passo Fundo segue reunindo doações para os municípios afetados pela enchente no RS. Neste momento, as forças de segurança orientam que o foco deve ser para produtos de higiene pessoal (shampoo, sabonete, creme dental, etc) e de limpeza das residências. Neste momento roupas podem ficar em segundo plano.
— Nos ajuda se as pessoas já trouxerem os materiais pré-setorizados, para adiantar nosso trabalho de separar. Agora, não precisamos mais de roupas, o foco é em limpeza pessoal e das casas. Também podem doar móveis e eletrodomésticos — disse o tenente-coronel Cilon Freitas da Silva, comandante do CRPO Planalto.
Outra orientação é que se evite produtos que precisem de refrigeração, pois não há como armazenar.
Demanda de voluntários
Interessados em se voluntariar para ajudar na separação e envio de doações aos atingidos pelas enchentes no RS podem se apresentar nos pontos de triagem. Eles serão direcionados para local e horário necessário de ajuda.
— É importante que as pessoas se coloquem à disposição para ao menos termos o número telefônico e chamarmos quando for necessário — finalizou.
Pontos de triagem
- Ginásio da Paróquia São Cristóvão
- EMEF Wolmar Salton (Rua Claudino Toldo, 155 — bairro São Cristóvão)
- EMEF Helena Salton (Rua Francisco Bianchini, 444 — Loteamento Dr. César Santos)
As doações devem ser feitas nos seguintes pontos
- 3º RPMon (entrada pela rua Scarpellini Ghezzi — bairro São Cristóvão)
- Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (Semcas)
- Secretaria Municipal de Segurança Pública
- Câmara de Vereadores
- Bella Città Shopping
- Passo Fundo Shopping
- Supermercados e empresas parceiras identificadas com o selo da campanha.