Amigo, humilde, trabalhador e gentil. Assim será lembrado o mestre de obras Pedro Moisés Fagundes da Silva, de 63 anos, que morreu após ser atropelado por um caminhão na Avenida Brasil, no bairro Petrópolis, em Passo Fundo, no fim da tarde de segunda-feira (14).
O homem estava de bicicleta quando foi atingido pelo veículo de carga. Câmeras de videomonitoramento flagraram o momento do acidente.
Conforme a família, Pedro voltava para casa, no bairro Annes, depois do trabalho. Era seu primeiro dia em uma obra que acompanhava no bairro Petrópolis. A operação deveria ser rápida, de no máximo dois dias.
— É triste. Neste momento falam palavras, a dor é bastante grande. Ele sempre chegava em casa por volta das 16h30min, no máximo 17h. Estranhei a demora, pois sempre esperava ele com um mate pronto. Liguei para o celular e deu caixa postal. A preocupação já aumentou, parece que eu estava sentindo. Às 18h me ligaram e falaram o que tinha acontecido — contou o irmão, Alceni Adilso da Silva, de 57 anos.
Alceni mora no município goiano de Goiatuba e está em Passo Fundo há duas semanas para resolver pendências particulares. Segundo ele, a maior alegria de Pedro era seu trabalho.
— A gente sabe que esse é um serviço pesado. Mas para ele não tinha tempo ruim, dor ou cansaço. Pelo contrário, ele ficava doente quando não estava trabalhando. E essa é a imagem que vou guardar dele, de um homem apaixonado pelo que fazia. Mas, infelizmente, vim para cá para visitá-lo e vou embora com ele enterrado.
Trabalhador e experiente
Sônia Veranice, 64 anos, amiga de Pedro, conta que ele andava de bicicleta por todos os cantos da cidade e nunca havia se envolvido em acidente.
— Ele era bastante experiente. Apesar disso, eu sempre pedia para ele tomar cuidado, pois o trânsito não é fácil. E a resposta era sempre a mesma: 'Eu sei, eu me cuido'. É um momento de bastante tristeza e estamos buscando resposta para o que aconteceu. Queremos entender por que ele não estava na ciclovia.
Além de amiga, Sônia ajudava Pedro com os serviços domésticos da casa, lavando roupa, faxinando e limpando.
— Agora ficam as lembranças. As risadas, as conversas e os bons momentos compartilhados nos mais de 15 anos de amizade — lamentou.
Pedro era natural de Nonoai, no norte do RS, mas morava em Passo Fundo há 30 anos. Ele deixa três irmãos.
O velório do mestre de obras foi nesta terça-feira (15), na capela A do Cemitério Municipal da Vera Cruz. O sepultamento será no cemitério Jardim da Colina, às 16h30min.
Polícia Civil investiga o caso
O motorista do caminhão que acertou Pedro foi ouvido ainda na segunda-feira (14), logo depois do atropelamento. O resultado de seu teste do etilômetro foi negativo.
Segundo a investigação inicial, o condutor deu sinal de que entraria para a direita. De acordo com a delegada que investiga o caso, Daniela Minetto, ele poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.