Um idoso de 71 anos, morador do município de Água Doce, no Oeste catarinense, foi vítima de um golpe com falso comprovante de depósito quando tentava vender seu caminhão, em abril deste ano. O sobrinho de Leocir Francisco Ferronato anunciou a venda do veículo em uma rede social, no valor de R$ 260 mil, quando supostos compradores de Soledade, no norte do Estado, demonstraram interesse em adquiri-lo.
Após alguns dias de conversa, os golpistas afirmaram que gostariam de efetivar a compra. No dia 14 de abril, dois homens, o sobrinho do comprador e o motorista, viajaram até Água Doce para fechar o negócio.
— Eles chegaram (na casa da família) por volta de 19h30min e o sobrinho do comprador ficou conversando com meu avô, enquanto meu tio foi dar uma volta com o motorista, para mostrar que o caminhão estava funcionando. Enquanto isso, minha mãe me chamou para dizer que tinha lido sobre vários golpes de caminhão que estavam acontecendo e por isso eu tirei uma foto do comprador — relata Priscila Ferronato Kerick, neta de Leocir que também acompanhou a negociação.
Os golpistas fizeram o suposto envio do valor de R$ 260 mil por Transferência Eletrônica Disponível (TED), mas, segundo eles, por ser uma noite de sexta-feira, o dinheiro só entraria na conta no próximo dia útil, ou seja, na segunda-feira (17). Eles encaminharam os comprovantes aos vendedores e levaram o veículo, mas os documentos, cada um de R$ 130 mil, eram falsos.
— O dinheiro nunca entrou. Nós fomos ao banco e vimos que realmente nada tinha sido enviado. Eles (os golpistas) nos diziam que poderia ter acontecido algum problema, que tentariam de novo. Mas então percebemos que era um golpe e fizemos um boletim de ocorrência — relembra Priscila.
De acordo com informações da Polícia Civil repassadas à família, o caminhão foi rastreado pela última vez em Passo Fundo, entre os dias 15 e 16 de abril. A partir da falsa compra, os golpistas pediram um resgate de R$ 20 mil para devolver o veículo a Leocir e passaram a ameaçar a família, mas há cerca de um mês, não houve mais contato.
— A gente não sabe onde estão eles e nem o caminhão. Meu avô está indo no psicólogo, ficou muito abalado. Ele e minha vó tem esperança que a gente encontre, porque o dinheiro ia ajudar muito nos médicos que eles vão e também a reformar a casa. Está bem complicado — lamenta a neta.
A investigação
A investigação está em andamento, mas a Polícia Civil não revela detalhes. A família apenas foi informada de que há possibilidade do caminhão não ter mais sido rastreado em virtude de possíveis modificações feitas no veículo, como clonagem da placa.