Uma medida de proteção que retirou temporariamente os cuidados da mãe sob o menino de dois anos, encontrado em Lagoa Vermelha na segunda-feira (3), após o desaparecimento de 13 horas, foi adotada pelo Conselho Tutelar de Lagoa Vermelha, sob orientação do Ministério Público Estadual (MP-RS). Desde o momento em que a criança de dois anos foi encontrada, passou a ficar com o pai, que buscará na Justiça a guarda definitiva do filho.
Além dessa medida, o Conselho Tutelar também conversou com a família do menino, tanto com a mãe e o pai, como o padrasto e a madrasta, com objetivo de oferecer suporte psicológico e psiquiátrico aos familiares.
— A gente fez o procedimento padrão para a família, com o aceite deles, para encaminharmos ao atendimento psicológico, ao fortalecimento de vínculo junto à assistência social — declara a conselheira tutelar Charize de Oliveira, que solicitou os encaminhamentos em documento.
De acordo com o MP, o menino está com o pai por se entender que é o "melhor contexto familiar" neste momento, visto que as primeiras providências são de colocar a criança com a família extensa.
— Como os pais são separados, colocamos a criança junto ao genitor, que não tem indicativo que possa trazer prejuízos a ela. Em razão de toda situação que foi verificada, a mãe colocou em risco a criança. Estamos analisando qual será a melhor medida posterior — declara o promotor de Justiça do MP de Lagoa Vermelha, Felipe Lisboa Barcelos.
O pai ficará com a criança até que haja decisão judicial sobre a guarda, que atualmente é da mãe. O Conselho Tutelar e o MP seguirão acompanhando o caso.
PC apura as circunstâncias do desaparecimento
Em paralelo à ação do Conselho Tutelar e do MP, a Polícia Civil de Lagoa Vermelha segue as investigações para apurar as circunstâncias do desaparecimento do menino. De acordo com nota oficial da PC, o caso está entre as prioridades da equipe policial.
"A Polícia Civil de Lagoa Vermelha/RS informa que o procedimento policial para apurar as circunstâncias do desaparecimento do menino foi instaurado e todas as diligências necessárias para o completo esclarecimento do fato serão realizadas.
O Inquérito Policial tramitará em sigilo e será uma das prioridades da equipe policial. As demais informações serão divulgadas oportunamente, desde que não prejudiquem a investigação e os direitos assegurados aos envolvidos, especialmente aqueles destinados à criança", diz a nota.
"Torcia para não encontrar ele morto", diz pai
Em casa com o filho, o pai do menino, de 25 anos, está muito mais tranquilo do que na noite de domingo (2), quando soube do desaparecimento do filho após chegar de viagem de Casca, distante 90 quilômetros de Lagoa Vermelha.
O pai foi até o local e encontrou a mãe do menino e o padrasto. A partir disso, junto de sua namorada e de outro casal, começou os contatos para acionar o Corpo de Bombeiros. Ele também iniciou a procura pelo filho no mato e no rio.
— Eu passei a noite toda procurando, foi um desespero. Depois da meia-noite, eu estava todo molhado, tremendo, e pensava em como estaria meu filho, pensando que ele poderia não sobreviver àquela noite. Procurava de baixo d'água, em todos os lugares. Eu procurava ele na água, mas não queria encontrá-lo ali, sabe? Queria descartar todas as possibilidades, torcia para não encontrar ele morto — lembra.
Sob seus cuidados, o pai buscará na Justiça a guarda definitiva da criança, após esse período temporário.
— A Polícia está investigando tudo o que aconteceu. A guarda vai ficar comigo. Vou lutar pra ver se consigo na Justiça. Não vou devolvê-lo — finaliza o pai.
O caso
O menino de dois anos estava desaparecido desde às 19h de domingo (2), em uma área rural nas proximidades da Estrada dos Romans, cerca de 12 quilômetros do centro de Lagoa Vermelha. O local, frequentado por moradores durante os finais de semana, é cortado pelo Rio Passinho Fundo e cercado por mata.
De acordo com o relato da mãe aos bombeiros, a criança estava no carro dormindo enquanto ela e o padrasto da criança pescavam em um rio. Ao retornar, ela disse que não encontrou a criança no veículo. O Corpo de Bombeiros iniciou as buscas na noite de domingo, mas não localizou a criança.
Na segunda-feira (3), por volta das 8h30min, a criança foi localizada em uma área de mato, próximo a um banhado, por um morador da comunidade local e um ciclista, que levaram a criança para a estrada até a chegada da Brigada Militar, que rondava a região.
O menino recebeu atendimento hospitalar no mesmo dia e, desde então, ficou com o pai.
A reportagem de GZH Passo Fundo tentou contato com a mãe, mas não conseguiu retorno.
GZH Passo Fundo
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