Na tarde da sexta-feira (17), Valmor Lourençato foi comprar cigarros no mercado Rio Grande, no bairro Valinhos, em Passo Fundo, no norte do Estado, como era de seu costume. Na porta, foi surpreendido, pois, não havia movimento e o proprietário do estabelecimento, seu amigo, Paulo Fernandes, não estava lá.
A situação gerou curiosidade. Lourençato entrou no imóvel e viu cômodos revirados.
— Eu encontrei as cadeiras de um jeito diferente. A gaveta do mercado aberta, sem dinheiro. Bancos virados lá dentro, uma prateleira no chão. Me apavorei, saí, olhei e não tinha câmeras, não tinha nada.
Diante do susto, ele foi até um vizinho e acionaram a polícia. Lourençato conta que não consegue dormir desde então. Fernandes era seu grande amigo.
— Ele me tirou da bebida. Eu estou preocupado com o Paulo. As pessoas, se tiverem Deus no coração, que digam onde ele está para devolver ele para família.
Investigação segue
A Polícia Civil segue buscando Paulo Fernandes. Durante a quarta-feira (22) buscas foram feitas na antiga Pedreira da São José.
Durante a manhã um cão farejador do Corpo de Bombeiros auxiliou nas buscas por terra.
De tarde, mergulhadores também estiveram no local para realizar o trabalho em água. Apesar dos esforços, o empresário não foi localizado.
Escassez de evidências
Desde o início das investigações a Polícia trabalha para entender o que aconteceu com Fernandes. Quando o empresário desapareceu, junto sumiram as câmeras de segurança de seu estabelecimento comercial, o que dificulta o acesso a informações. O imóvel também teve fluxo de pessoas entre a constatação do desaparecimento e registro da ocorrência, por isso, não houve perícia na casa.
No domingo (19) a Polícia Rodoviária Federal encontrou um dos carros do empresário que havia sumido. O Fusion estava incendiado às margens da BR-285 em Mato Castelhano. No dia seguinte, segunda-feira (20), o Prisma foi localizado na região interiorana de Passo Fundo. O automóvel passou por perícia.
A escassez de informações e o sumiço do comerciante impedem que a polícia consiga traçar uma linha de investigação. Desta forma, a Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, chefiada pelo delegado Diogo Ferreira, trabalha com diversas possibilidades.
GZH Passo Fundo
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