Por Erasmo Carlos Battistella, Presidente da BSBIOS
A transição energética é um desafio global, que supera fronteiras, e uma ação que envolve cidadãos, empresas de todos os setores, legisladores e autoridades setoriais. Ela deve ocorrer de forma integrada no Brasil e no continente americano, o que garante a descarbonização do planeta e o cumprimento dos acordos de clima.
O investimento em energia limpa é consequência de evidências concretas e resultados comprovados. Não se trata de um trabalho restrito ao mercado brasileiro, mas é fruto de um consenso internacional, que reúne entidades das mais variadas, academias e institutos de pesquisa.
No Brasil, no caso do biodiesel, estamos com uma mistura de 10% de biodiesel ao diesel fóssil que é ofertado nos postos de combustíveis. Num plano estabelecido em lei, deveríamos estar em 15% (o chamado B15) e assim contribuir com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa conforme estabelecido na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).
Uma lição importante vem da Indonésia, que acabou de adotar a mistura de B35 em fevereiro de 2023. A implementação do programa deve absorver 1,65 milhão de novos trabalhadores e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 34,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente.
Essa experiência serve muito bem de referência ao nosso projeto nacional: aquele país começou a utilizar o uma mistura de 2,5% em 2008 e depois disso, a porcentagem foi aumentada para 10%, 15% e 20% em 2014, 2015 e 2016, respectivamente. Em 2020, o programa foi para B30 e a expectativa é de que a mistura de biodiesel continue a aumentar para 40%, 50% e 100%.
Hoje devemos tomar decisões que vão definir os destinos das gerações futuras, esse é o legado que vamos deixar. Para isso, precisamos trilhar uma rota para uma direção segura rumo a esse futuro. E há um combustível importante que nos permitirá chegar lá: o conhecimento e as experiências internacionais.
Esse conhecimento é fortalecido dia a dia e a imprensa exerce um papel fundamental para ampliá-lo para toda a sociedade, que é beneficiada por essas decisões. Somente juntos – a população, os governos e as empresas – é que vamos construir um país mais verde, mais sustentável e mais saudável para todos e todas.