Por Vidolmar Luiz Pazinatto, diretor executivo da Sicredi Integração de Estados RS/SC/MG
O cooperativismo, que nasceu no século XIX, na Inglaterra como uma alternativa socioeconômica, tem como proposta um conceito muito simples: todos os associados são donos da cooperativa e têm poder de comando igualitário.
A partir de um conceito básico, de que juntos somos mais fortes, nas cooperativas os resultados são buscados e conquistados para o benefício de todos do grupo. A ideia, apesar de ter nascido há muito tempo, traz valores atuais e necessários para nossa sociedade. Friedrich Wilhelm Raiffeisen, um dos precursores do cooperativismo de crédito, uma vez disse que "o que um homem sozinho não consegue realizar, pode ser feito por muitos homens juntos". E foi com esse pensamento e vontade de promover mudança em seu entorno que ele criou o cooperativismo de crédito para a atividade rural, que mais tarde inspirou a maioria das cooperativas de crédito do mundo, incluindo a nossa: o Sicredi.
O papel do cooperativismo de crédito, o qual o Sicredi faz parte, é extremante essencial: somos propulsores para que a riqueza circule, movimentando a economia local, gerando emprego e aumentando a capacidade de compra dos cidadãos. Esse é o grande diferencial: o dinheiro não sai da comunidade. É injetado novamente no negócio local, auxiliando no desenvolvimento da região. Direta ou indiretamente, toda a população é beneficiada. Assim, o papel social do cooperativismo de crédito se torna forte.
A oferta de serviços mais alinhados aos interesses do cooperado e o conhecimento cada vez maior sobre essas instituições tem feito o Sicredi crescer a cada ano. Hoje, somos 6,5 milhões de associados. Estamos conquistando cada vez mais espaço, mas queremos ir além. Há um longo caminho até que o Brasil se torne um país tão cooperativista quanto aqueles que já o são – como Noruega, França, Alemanha, Dinamarca e Finlândia, por exemplo.
A força do cooperativismo pode ser comprovada por meio do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medida geral e sintética usada para classificar o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida dos países. A Noruega está no topo do ranking com um IDH estimado em 0,957. O Brasil ocupa a 84ª posição da lista, com um IDH de 0,765. No cálculo do IDH, é levado em conta três componentes. O primeiro é a longevidade, e atribui notas mais altas para regiões com maior expectativa de vida ao nascer. O segundo é a educação, e busca identificar quais são as regiões onde há maior percentual de adultos alfabetizados e onde há maior índice de escolarização, desde o ensino infantil até a pós-graduação. Por fim é avaliada renda per capita das pessoas e seu impacto no poder de compra. E é justamente neste ponto que a presença das cooperativas revela o seu impacto.
Neste sentido, podemos afirmar com convicção que: onde existe uma boa cooperativa o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é superior, a renda per capita, da mesma forma, é superior. E a desigualdade é enfrentada com dignidade.
Os nossos resultados mostram que o sistema de cooperativas de crédito é realmente eficaz e beneficia quem faz parte dele. A demanda só reforça a convicção de que o futuro necessita ser cooperativista. Mais solidário e com igualdade. Para todos, e para o bem de todos. Cooperando para transformar a vida das pessoas.