O Ypiranga encerrou a temporada no domingo (24), quando perdeu para o São José e ficou com o vice da Copa FGF — Troféu Zagallo. O resultado foi reflexo de um ano que nada deu certo: um Gauchão abaixo do esperado, além de um quase acesso à Série B.
Em agosto, o Canarinho completou o seu centenário de fundação. Por ser um ano especial, investiu mais. O alto investimento, por sua vez, não trouxe retornos positivos ao time de Erechim.
E foram os pontos negativos dessa temporada que o executivo de futebol do Ypiranga, Fárnei Coelho, analisou à GZH Passo Fundo.
— Sonhávamos muito com esse título, não só pela vaga da Copa do Brasil, não só pensando no ano vem, mas queríamos ter o título, colocar uma faixa no peito no ano do centenário, um ano muito especial. Os jogadores se doaram, se entregaram. E essa foi uma das coisas que eu reclamei durante o ano, que faltava entrega. Os jogadores correram, brigaram, se entregaram, brigaram por todas as bolas, e isso que essa nem era característica do nosso time — disse o dirigente, que completou:
— É muito triste. Esse ano batemos muito na trave. Batemos na trave para chegar na quarta fase da Copa do Brasil, o que seria histórico. Batemos na trave para subir para a Série B. E agora batemos na trave na Copa FGF. Fica aquela sensação de porquê? O que fizemos de tão errado?
Jogadores sem compromisso
Segundo o executivo, um dos motivos que explica a temporada abaixo do esperado e o vice-campeonato da Copa FGF é a falta de compromisso de alguns jogadores que deixaram o plantel antes do término da temporada. Depois da eliminação na Série C, 13 jogadores se despediram do time de Erechim.
— Eu prefiro mil vezes ter um grupo como esse, que está aqui porque quer, porque tem ambição e que entendeu a importância desse título ao Ypiranga. Eu sou muito grato a eles. Mas os que optaram por sair antes não tiveram o mesmo entendimento, de que seria importante e nos complicou — disse Fárnei.
Troca de treinadores
Em 2024 o Ypiranga teve três treinadores: Jerson Testoni, Thiago Carvalho e Matheus Costa. Isso também atrapalhou o planejamento do Ypiranga.
— O Tessoni foi uma necessidade, já que estávamos fazendo um Gauchão muito abaixo daquilo que prevíamos. Como estávamos próximos do rebaixamento, sentimos que precisávamos mudar e foi ali que chegamos no Thiago. E a saída dele não tínhamos muito o que fazer, já que ele pagou a multa para sair. Agora, trouxemos o Matheus com um planejamento melhor. Não pensamos apenas no curto prazo da Copinha, mas sim no ano que vem — ressaltou.
Lições
A maior lição que o clube tira de 2024 é que precisa ser mais assertivo em suas contrações para a próxima temporada.
— Precisamos colocar mais os pés no chão. Temos de voltar para a nossa realidade. Não podemos mais errar nas contratações. Temos de ser precisos no próximo ano — concluiu.
Em 2025, o Ypiranga disputará o Gauchão e a Série C do Campeonato Brasileiro. A ideia é que a apresentação do elenco para a próxima temporada aconteça na segunda quinzena de dezembro.