Com elementos do karatê e muay thai, o kickboxing se popularizou nos Estados Unidos na década de 1970 e, hoje, tem adeptos de todo o mundo — incluindo em Passo Fundo, no norte gaúcho.
A cidade tem o número 1 do ranking mundial da modalidade: o atleta Marcos Cavalheiro Júnior, 30 anos.
Ele conquistou o primeiro lugar no ranking mundial de kickboxing pela Associação Mundial de Organizações de Kickboxing (Wako) na categoria de forma, onde o competidor simula uma luta com ou sem arma. No caso de Júnior, ele se apresenta com um bastão.
— É avaliado a velocidade, precisão e habilidade. O que chama a atenção dos juízes é que eu consigo ter um domínio muito grande da minha arma e ser versátil com ela — explica ele.
A paixão pelo esporte começou ainda cedo, aos seis anos de idade, quando o atleta era um pequeno lutador de karatê.
À época, ele assistiu um documentário sobre artes marciais e comentou sobre o interesse de saber mais sobre o kickboxing com o pai, Marcos Antônio Amaro Cavalheiro.
— O meu pai foi em busca disso pra trazer pra nossa família, para nossa equipe — lembra.
De lá para cá, são mais de 20 anos como atleta profissional de kickboxing. O resultado disso está nas paredes do Centro de Treinamento na Vera Cruz, onde estão expostas as 973 medalhas conquistadas, além de 342 troféus e 33 cinturões.
Júnior foi heptacampeão do World Series, além de conquistar títulos do Pan-Americano, Sul-Americano e World Games.
Além do sucesso na forma, o atleta se destaca em outras categorias de combate. A modalidade é dividida também em outras duas categorias: tatame e ringue, que envolve luta corporal entre os dois adversários.
— Ser o número 1 no mundo hoje foi muito difícil. Foram várias competições para que eu chegasse até lá. Hoje a concorrência é ainda maior, porque todo mundo vai te levar como exemplo e vai tentar tomar o teu lugar — relatou o atleta.
Objetivo é treinar novos atletas depois da aposentadoria
Júnior e seu pai, Marcos Antônio, têm duas academias voltadas à prática da modalidade em Passo Fundo, além de três projetos sociais nos bairros Centro, Adirbal Corralo e Vera Cruz, frequentados por cerca de 100 crianças em vulnerabilidade social.
— A arte marcial não serve apenas como esporte, mas também para formar bons cidadãos — explica Marcos Antônio, que também atua como treinador do atleta.
Neste ano, Júnior pretende disputar o campeonato Pan-Americano no Chile em outubro, mas não esconde os planos de aposentadoria para, no futuro, desenvolver novos atletas.
— O corpo já não responde mais da mesma maneira. Hoje o que me move mesmo é o coração. Enquanto eu ainda estiver disposto, aquela fagulha ainda vai deixar a chama acesa para lutar — pontuou.