Com um mês de paralisação da Divisão de Acesso por conta das enchentes no Rio Grande do Sul, alguns clubes somam prejuízos com a interrupção do campeonato. O Passo Fundo, que liderava o Grupo A, já avalia os prejuízos e pediu ajuda da Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
O último jogo do Tricolor foi no dia 28 de abril, com a vitória no clássico sobre o Gaúcho por 2 a 1. Depois, as chuvas começaram no Estado e forçaram o adiamento das rodadas seguintes. Alguns clubes da Região Metropolitana seguem impossibilitados de jogar e a competição poderá retornar somente no dia 2 de junho.
Além do prejuízo técnico, por ficar mais de um mês sem jogos oficiais, o Passo Fundo avalia que haverá perdas fora dos gramados. Selvino Ferrão, que faz parte do colegiado de ex-presidentes que está gerindo o clube, estima que as perdas devem girar entre R$ 250 mil a R$ 300 mil.
— Nós solicitamos que a Federação fosse na CBF para que desse um auxílio aos clubes. Estamos prejudicados. A calamidade também está no futebol. O nosso orçamento estava todo projetado e agora já furou. Vai faltar esse dinheiro aí. O jogador tem família, tem tudo. Muitos clubes vão até atrasar o salário — argumentou Ferrão.
Apesar da solicitação, a FGF não sinalizou o clube com um retorno sobre o pedido.
— O mínimo que a FGF pode fazer é vir uma verba compensadora para os clubes. Vai faltar dinheiro para todos os clubes e quem vai pagar por isso aí são os jogadores e as famílias dos jogadores. Nós não estávamos programados para essa catástrofe. Temos que buscar auxílio e acho que também tem que ter um apoio da federação — disse o dirigente.
Prejuízo técnico
Ao contrário de alguns clubes da Região Metropolitana, que foram diretamente atingidos pelas chuvas e precisaram interromper os treinamentos, o Passo Fundo seguiu treinando normalmente no Estádio Vermelhão da Serra durante a paralisação do campeonato.
No entanto, além do prejuízo financeiro, o Passo Fundo lamenta a parada da competição na parte técnica. Afinal, o clube estava invicto em quatro rodadas, com três vitórias e um empate, liderando o Grupo A. O técnico Leandro Machado afirmou que a paralisação do campeonato foi necessária, mas prejudicou o time no momento de ascensão.
— A gente entende que era necessário porque se trata de uma catástrofe no Rio Grande do Sul, onde envolveu vidas, a gente fica muito triste por isso. Mas em relação àquilo que a gente vinha produzindo, na sequência que a gente vinha, as consequências podem ser muito grandes — avaliou o treinador.
A previsão é de que a Divisão de Acesso retorne nos dia 1º e 2 de junho, com a realização da quinta rodada. Somente com a retomada, o comandante do Tricolor terá noção se houve prejuízo técnico.
— Começando agora a competição, a gente vai ter uma ideia se realmente o grupo se manteve focado, se realmente o grupo continua com uma competitividade muito alta, isso tudo são situações que nós vamos ver ao longo agora da competição.