Para ser campeão não basta apenas um grupo fisicamente preparado e entrosado, mas também é necessário estar com a cabeça preparada. Seguindo esse pensamento, o fator psicológico influenciou diretamente na classificação do São Luiz à segunda fase da Copa do Brasil, nesta quarta-feira (21).
No início desta temporada, a equipe de Ijuí entrou em campo nove vezes, todas pelo Gauchão, somou sete empates, uma vitória e uma derrota. A sequência negativa vinha incomodando a comissão técnica e o grupo de jogadores, visto que o bom desempenho não impactava no resultado dos confrontos.
Assim, os dias que antecederam a partida contra o Ituano foram de intensas conversas e reflexões no vestiário. Foi essa a alternativa que o São Luiz encontrou para tentar fugir da pressão diária na busca por resultados positivos.
— Tivemos uma conversa muito boa, porque ali citamos os nossos problemas como equipe. No nosso caso, era fazer gols e ter vitórias. Então, era um problema que dava para resolver internamente e que fez total diferença nessa classificação. O nosso problema era mais mental, precisávamos focar e concentrar no momento certo porque sabíamos que a bola ia entrar, era só questão de ver qual era o nosso problema na hora da finalização — destacou Gabriel Davis, autor do primeiro gol do Rubro na vitória contra o Ituano.
O objetivo foi oferecer apoio emocional aos atletas no período mais importante do ano, visto que a vitória renderia, além da classificação, mais R$ 945 mil aos cofres do clube — que já havia faturado R$ 787,5 mil pela participação na Copa do Brasil. O jogador ressaltou que tal atitude foi muito benéfica.
— Como todo o pessoal do clube conversou muito conosco, foi muito bom porque nos trouxe muita motivação. Além de interferir no nosso resultado, financeiramente também foi ótimo para o clube, porque consegue trabalhar melhor nos próximos meses, visto que consegue ter uma sequência maior de investimento — ressaltou Gabriel, que finalizou:
— Eu venho de um clube (Paysandu) em que tínhamos bastante suporte. Era uma pressão por resultados, pressão de torcida, e isso faz com que a gente tenha uma cobrança interna muito grande e às vezes o resultado não venha justamente por conta disso. Acaba interferindo e machucando dentro de casa, porque levamos problemas para dentro da família. Então, acho muito importante o atleta ter acesso ao psicólogo e usar dessa ferramenta, porque é um algo a mais que interfere para além do nosso desempenho.