A final da Liga Nacional de Futsal 2023 teve tons de dramaticidade para os gaúchos. Principalmente no minuto final. O Atlântico perdia para o Joinville por 1 a 0, mas faltando 26 segundos para o fim, buscou o empate com Willian Bolt. Faltando 9 segundos, Neguinho marcou o gol da virada e que deu o título inédito para a equipe de Erechim.
A delegação do Galo estava iniciando o retorno para o Rio Grande do Sul, no início da tarde deste domingo (17), quando os autores dos gols do título conversaram por telefone com a reportagem de GZH. O clima no ônibus, como não poderia deixar de ser, parecia ser de muita comemoração e com muito barulho ao redor.
O autor do primeiro gol revelou que havia nervosismo com a proximidade do fim da partida.
— Claro que bate a ansiedade. A gente via o ano inteiro ir embora. Mas conseguimos trabalhar bem a bola, que nos colocou de volta no jogo.
No entanto, afirmou que a tranquilidade da equipe foi fundamental para o time buscar o resultado nos últimos segundos.
— A gente teve tranquilidade para trabalhar a bola e achar o melhor momento. Fui feliz no chute. Mas é difícil falar. Somente agradecer a Deus por esse momento que a gente está vivendo nessa temporada — disse Bolt.
Já Neguinho revelou que estava mais confiante, mesmo quando o placar não era favorável para os gaúchos. Dono da camisa 17 do Atlântico, ele disse que tinha certeza de que faria o gol.
— Se eu te falar que já sabia (que faria o gol), que não foi em vão? Já estava escrito. Dia 17, camisa 17. Quando Deus escreve, ninguém apaga. Eu estava muito confiante, desde quando a gente tomou o gol. Na minha cabeça só passava gratidão. Só tenho a agradecer a Deus. Fiquei feliz pelo gol do título — comentou.
O gol da virada do Atlântico surgiu em uma jogada de contra-ataque. Nesse momento, Bolt já havia sido substituído e ainda comemorava o gol de empate com os companheiros no banco de reservas. Tanto que não viu o segundo gol. Segundo Neguinho, quando a equipe iniciou a jogada, ele sabia que receberia o passe na segunda trave e, então, se deslocou para lá. Então, Rick fez o passe rasteiro para o jogador, que ficou cara a cara com o goleiro Willian e chutou para o fundo das redes.
— O Willian Bolt fez 1 a 1 e eu tinha comigo: “Eu vou fazer o gol”. Inclusive, no goleiro-linha eu já tinha olhado para o segundo pau e falei: “vou fazer o gol”. O primeiro passo para dar certo é acreditar que vai dar e acreditar que vai vencer. Eu acreditei que iria fazer o gol — disse Neguinho.
Os dois jogadores foram importantes não só com os gols da final, mas também durante toda a campanha do Galo, que terminou com o melhor ataque da competição com 144 gols. Bolt foi o vice-artilheiro da LNF com 26 gols. Já Neguinho marcou 19. O artilheiro do campeonato foi o companheiro de equipe, Richard com 30 gols. Esse trio, inclusive, foi eleito para fazer parte da Seleção da LNF.
A única certeza é de que ambos os atletas têm é que entraram para a história do clube de Erechim, que conquistou a Liga Nacional pela primeira vez na história. Porém, ainda custam a acreditar no feito.
— A gente conversava no vestiário que poderia colocar nosso nome na história do Atlântico. Mas não temos essa dimensão ainda. Talvez, vamos ter noção daqui um ou dois meses. Precisamos comemorar porque o feito é muito grande — comemorou Bolt.
— Às vezes a ficha não cai. Estamos na história. Goste ou não, tem que respeitar que entramos na história — destacou Neguinho.