Passo Fundo poderá expandir ainda mais seu leque de exportações se elaborar uma estrutura aduaneira para concentrar os negócios da região, que hoje atuam de forma espalhada. Essa é a opinião de Leandro Tessaro Ramos, delegado da Receita Federal e um dos palestrantes do primeiro Encontro de Comércio Exterior de Passo Fundo, realizado nesta quinta-feira (3).
Segundo ele, a elaboração de um projeto para viabilizar a estrutura requer um estudo detalhado dentro da legislação. Mas, se concretizado, o plano tem potencial para manter Passo Fundo como o segundo município gaúcho que mais vende para fora do país, como foi em 2022.
Hoje o RS possui três portos secos, em Caxias do Sul, Novo Hamburgo e Canoas. Mas há espaço para abrir mais um por aqui. Passo Fundo fechou o ano passado com US$ 2,47 bilhões exportados, valor que equivale a mais de R$ 11,8 bilhões no câmbio atual. Só ficou atrás de Rio Grande, que exportou mais de US$ 3,6 bilhões em 2022.
— A implantação de um porto seco seria o ideal e é um desejo da cidade. Hoje o modelo de implantação está mais otimizado que já foi no passado, e isso permite que o poder público municipal e empresários da instituição trabalhem junto em busca de uma modalidade desse porte — afirmou Ramos.
Segundo a Receita Federal Estadual, Passo Fundo possui mais de 80 cadastros de empresas no setor de comércio exterior. Com as exportações de 2022, a cidade representou 11,6% das vendas gaúchas ao exterior, com um superávit de 1,85 bilhão de dólares na balança comercial de 2022.
Os números são liderados pelos produtos agrícolas, em especial a soja, que representa 90% das negociações.
Fomento ao comércio exterior
Os números expressivos no comércio exterior foram o principal motivo para a prefeitura de Passo Fundo incluir o encontro na programação da semana de aniversário do município. O evento reuniu empresas do setor e órgãos ligados ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Receita Federal.
Entre os palestrantes estavam o subsecretário de crédito à exportação, Lázaro Lima, e o subsecretário de investimentos estrangeiros, Marcio Lima, ambos do MDIC.
— A partir dos debates, queremos criar uma comissão para evoluir ainda mais no setor. O objetivo é trazer a pauta para o desenvolvimento econômico da cidade, manter a segunda posição e ampliar os negócios, pois Passo Fundo tem potencial para fazer muito mais do que já é feito hoje — disse o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Diorges Oliveira.
A comissão, segundo ele, deve apoiar empresas que operam com o comércio exterior, especialmente nas exportações. O objetivo é fomentar e aproximar quem já atua no setor de novos interessados em vender para outros países.