Passo Fundo está com 33,18% de inadimplência de pessoas físicas, de acordo com dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), de segunda-feira (10). O índice é 3,29% maior que a inadimplência em todo Rio Grande do Sul, que registra 29,88% na mesma data. Por se tratar de uma estatística flutuante, os índices variam diariamente.
De acordo com o diretor do SCPC da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Passo Fundo, Roberto Estivallet, tradicionalmente o índice é ainda maior na cidade em relação ao Estado, em razão do município ser um polo de comércio e serviços. Com taxas mais altas, o uso do crédito reforça a inadimplência.
— Historicamente, o índice é um pouco mais alto, por sermos centralizadores de compras e pelas obrigações que as pessoas têm. Como temos uma matriz econômica bem diversificada, acontece o movimento de inflação, que tem oscilado bastante — declara.
Por outro lado, o diretor credencia que o município poderá dar uma resposta nos próximos meses, em razão da colheita da safra de grãos, o que deve injetar mais dinheiro na economia local, além da matriz econômica da cidade.
Até o momento, segundo Estivallet, existe um comprometimento na economia com o início da colheita, em razão da estiagem e dos investimentos para insumos agrícolas, o que também acarreta na inadimplência.
— O cenário deve melhorar para os próximos meses, porque a safra será colhida e deve entrar dinheiro novo. Tivemos a questão da seca, por isso estamos sem dinheiro novo agora. Foi investido muito e o dinheiro novo ainda deve entrar — completa Estivallet.
Empresas oferecem mais crédito
Segundo Estivallet, qualificar o processo de análise de crédito com objetivo de reduzir o impacto da inadimplência em fluxo de caixa de curto prazo é uma das saídas para as empresas.
Aliado a isso, a preferência de muitas famílias por empresas que ofertem crédito na hora do consumo também indica essa necessidade, avalia o diretor.
— Em função da inflação, há uma procura maior do consumidor pelo crédito, para que ele possa adquirir bens. Com uma procura maior por crédito, gera mais inadimplência. Como as empresas não querem que suas vendas caiam, elas tentam ofertar mais crédito — explica Estivallet.
A alta da taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é outro entrave dentro da inadimplência. Ele relata que 23% das micro empresas do Estado estão inadimplentes. O diretor não possui dados atualizados de pequenas empresas do Município.
— Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano, enquanto em 2021, por exemplo, estava entre 2% e 3% ao ano. É uma diferença grande, que gera outros problemas — pontua.
GZH Passo Fundo
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