Aos 30 anos, o escritor passo-fundense, Eduardo Paulus, publicou seu primeiro livro de poesia. A obra Meteoro Pérola, fala sobre os amores e desilusões vividas e percebidas pelo autor durante suas experiências de viagem. Além disso, a obra aborda reflexões filosóficas sobre o tempo pós-pandemia e o "caos" da nova geração.
O livro político poético que fala sobre diferentes momentos da vida do autor ao viajar pelo país, foi lançado durante a 36ª Feira do Livro de Passo Fundo.
Tudo começou em 2020 quando Paulus decidiu fazer um mochilão pela Bahia. Antes disso, o escritor já havia morado em diferentes lugares como Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba, onde atuou como DJ e produtor musical. Foi no dia 20 de dezembro daquele ano, na praia de Barra Grande, na Península de Maraú, que Eduardo descobriu que queria se tornar escritor.
— Nessa noite eu estava na praia e era uma noite de chuva de meteoros. Foi uma noite muito importante. O escritor mesmo nasceu nesse dia, sentado na praia, algo bem místico. Foi bem natural. Eu sempre escrevi como hobby e nunca pensei sobre essa possibilidade de escrever um livro — lembra.
Após o trabalho em um bar na praia de Barra Grande que não deu certo, ele conta que se tornou vendedor em uma feira pública do local, onde vendia peças de brechó e produtos de higiene vegana. Foi neste momento que Eduardo começou a resgatar os poemas que tinha escrito durante suas viagens e montou a obra Meteoro Pérola.
Sobre o processo de criação das poesias, o autor afirma que é algo leve, rápido e profundo.
— Poesia é sofrimento. Você coloca no papel o que tem dentro de você. É um processo de cura também. Uma libertação. Você coloca sobre a sua pessoa ali. É como se eu estivesse arrancando algo de mim e colocando no papel. É viver para criar — afirma.
O livro pode ser adquirido através do Instagram do autor (@edupaulus) ou através do contato (54) 99983-3029.
Quem é Eduardo Paulus
Nascido em 20 de setembro em Passo Fundo, no norte gaúcho, Eduardo afirma ter aflorado o lado artístico ainda quando participava do movimento tradicionalista gaúcho na cidade.
Peão do CTG Lalau Miranda, ele conta que foi criado em rodeios e chegou a ser roadie do grupo de tchê music Querência da Saudade, atual Conexão Gaúcha:
— Eu queria tocar, mas apenas carregava os instrumentos dos músicos.
Aos 18 anos, ganhou uma bolsa 100% para estudar produção musical em São Paulo, onde ficou por dois anos. Quando a instituição passou a cobrar pelos estudos, ele saiu porque não conseguiria pagar pelo curso.
— Eu já trabalhava em quatro empregos e dormia 5h por noite. Foi aí que eu coloquei a mochila nas costas e comecei a viajar como DJ e produtor. Sempre fui envolvido nesse meio musical. Comecei tocando em umas festas em Passo Fundo quando eu tinha 15 anos. E aí fui viajando e em paralelo a isso eu escrevia minhas percepções sobre a vida, mas nunca publiquei nada — conta.
Viciado em renovação, Eduardo incentiva o ato de viajar como um meio de se conectar com os lugares, culturas e pessoas diferentes.
— Eu chego nos lugares e construo a minha vida. Quando ela tá fluindo normalmente eu digo tchau e vou para outro lugar, viver outra aventura. É enriquecedor e me faz viver novas histórias — conclui.
Apoie um artista
Morando atualmente no vilarejo Vale do Capão, na Chapada da Diamantina, no coração da Bahia, Eduardo realizou sua passagem pelo município para lançar o seu livro durante a 36ª Feira do Livro de Passo Fundo.
O segundo livro do autor, chamado O Desejo Empalhado, deve sair dentro de dois ou três anos, mas para que isso aconteça Eduardo precisa vender as 1.000 cópias de Meteoro Pérola.
— As pessoas não sabem o trabalho que dá escrever, diagramar, lançar, imprimir, viajar e vender. Atos muito simples podem ajudar, como comprar o livro, seguir nas redes sociais e compartilhar com amigos — disse.