O município de Horizontina, de 19 mil habitantes no noroeste gaúcho, ganhou uma atração que promete um mergulho na história da agricultura brasileira: a cidade deve inaugurar o Memorial da Evolução Agrícola, na sexta-feira (15).
Com muita tecnologia, o complexo de 64 mil metros quadrados permitirá que os visitantes desbravem a história da cultura agrícola do Brasil desde antes da chegada dos portugueses, quando o território era povoado exclusivamente por povos indígenas. O desenvolvimento até a atualidade é contada através de mapas interativos e tecnológicos, que se movimentam conforme a história vai sendo contada.
O avanço histórico passa pela chegada dos jesuítas ao Brasil e dos imigrantes de diversos países, como Espanha, Alemanha, Polônia e Itália. Cada fase contribui para a diversificação da agricultura até a entrada da soja, que hoje é a principal cultura do agronegócio brasileiro.
Os itens do museu dão ênfase à produção agrícola na região de Santa Rosa, no noroeste gaúcho. Ali, estão relatos dos trabalhos que começaram de forma 100% manual até a primeira colheita motorizada, em Horizontina.
Segundo a diretora do memorial, Karina Muniz Viana, é em Horizontina que surgem os primeiros maquinários agrícolas do RS, em especial a fábrica da John Deere, que instala sua fábrica de colheitadeiras do modelo SLC na década de 1970.
A fabricante, inclusive, é a idealizadora do museu, que viabilizou o projeto com a Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e recursos da John Deere Brasil e SLC Agrícola.
— Parte desses maquinários surgem em Horizontina e, com a chegada da John Deere, esse cenário se tornou mais forte ainda, por isso Horizontina é referência em todo esse processo — disse.
Experiência real e virtual
A partir dessa etapa, aparecem as primeiras ferramentas e utensílios usados por agricultores locais, além das primeiras culturas produzidas no campo.
— O que nós queremos é encantar as pessoas com a temática da agricultura e, principalmente, que as pessoas saiam daqui com orgulho do que é a agricultura para o Brasil — disse Wil Caravanti, coordenador de museologia da instituição.
No museu, os visitantes poderão dirigir uma colheitadeira na lavoura e sentir como é a visão de quem realiza esse trabalho de perto. Além disso, há diferentes espaços que mostram tecnologias usadas por agricultores ao longo da história. Um exemplo é um bolicho de campanha, onde produtores de alimentos, como grãos e ovos, levavam os itens para serem comercializados.
— Criamos uma espaço lúdico, interativo e impactante, que realmente deixa as pessoas extremamente impactadas com tudo o que temos aqui desde as questões tecnológicas até os monitores touch e realidade virtual — afirmou Caravanti.
Além disso, o memorial conta com espaço para oficinas, cursos e educação de crianças e adolescentes, em atividades de robótica, artes, música, dança e esporte.
Serviço
- O que: Memorial da Evolução Agrícola
- Onde: Rua Dahne de Abreu — Horizontina, RS
- Horário de funcionamento: das 9h às 17h, de quarta-feira a domingo, a partir de 15 de dezembro
- Ingresso: gratuito