Por Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS
Platão em uma de suas obras chamada As Leis afirmava que: “O homem pode converter-se no mais divino dos animais, sempre que se o eduque corretamente; converte-se na criatura mais selvagem de todas as criaturas que habitam a terra, em caso de ser mal-educado”. Tal afirmação segue atual, não apenas considerando-se educação como herança cultural, como também possibilidade aberta num tempo em que indivíduos adultos podem buscar educação continuada ao longo de toda a vida. De cursos pagos a gratuitos, do presencial ao online, de cursos longos a curtos, certificados e não certificados. Há opções variadas, o que ratifica a ideia de que educação é uma jornada contínua.
A educação é feita por meio de pessoas, e não de métodos. Os métodos facilitam o caminho, mas não garantem a finalidade em si. A educação é essencialmente relação. Portanto, nada mais óbvio do que compreendermos que a responsabilidade educacional recai sobre formar pessoas plenas e satisfeitas em sua autonomia e liberdade, pessoas preparadas para a vida presente e futura, qual seja fazê-las donas de si, educá-las de modo que consigam rapidamente o governo completo e rápido de todas as suas capacidades.
A educação é feita por meio de pessoas, e não de métodos
A novidade contemporânea é a convicção de que a necessidade da educação permanente não se encerra com os ciclos formais, como escola e universidade. A rapidez das mudanças e as perguntas cada vez mais incidentes e velozes que a vida nos coloca nos incitam a assumirmos aquele lema do filósofo: “Nada que é humano me é estranho”. Ou seja, temos de ser estudiosos dos mais embaraçosos problemas modernos, estudiosos das civilizações, da sociedade, do humano, das relações e, sobretudo, negociadores entre identidades e diversidades.
Por fim, como vivemos numa época de grandes transformações e inúmeros desafios, nunca, como agora, fomos convidados a dar uma resposta significativa e eficaz à problemática da vida. Somos interpelados a responder e acolher as interrogações da existência, para que, renovados pelo processo educativo, sejamos capazes de nos transformarmos e transformarmos assim toda a humanidade.