Por Daniel Randon, presidente da Randoncorp e do Conselho do Transforma RS
O ano de 2024 se inicia trazendo desafios de um mundo conturbado por questões geopolíticas e econômicas. A previsão é de PIB global e brasileiro menores do que em 2023 pelo ainda alto custo do capital, apesar da inflação em queda e da maior estabilidade na cadeia de suprimentos.
Também é um ano de oportunidades, especialmente para o Brasil, por ter antecipado o ciclo de queda da taxa de juros para conter a inflação, que pode ficar abaixo de dois dígitos neste ano. O fato abre portas para a retomada de investimentos, principalmente em infraestrutura.
Para isso, o governo tem que cumprir com a meta de equilíbrio fiscal e dar continuidade às reformas iniciadas, como a tributária, que exige rápida implementação das leis complementares.
Novas reformas microeconômicas são necessárias, da mesma forma que devem ser aceleradas as concessões para atrair recursos e melhorar o ambiente de negócios e de geração de empregos. Simultaneamente, os governos federal e estaduais precisam ajustar suas próprias despesas em benefício da sociedade.
Mesmo com cenário de menor PIB e eleições municipais no Brasil, 2024 deve ser um ano bom, mas ainda desafiador.
Embora o aumento de impostos esteja previsto somente para 2026, alguns já entrarão em vigor neste ano, ampliando a fúria arrecadatória.
Convém lembrar que dinheiro não tem fronteiras. Ele segue o rumo da confiança, da estabilidade e da oportunidade. Comparado a países emergentes, o Brasil se mostra bem, mas tem que realizar ações efetivas e melhorar o posicionamento nos temas de impacto global. Por isso, é urgente avançar em áreas como a do meio ambiente, reforçando o diferencial nacional de uma matriz energética de fonte renovável e competitiva.
Os biocombustíveis brasileiros, com potencial de crescimento interno e externo, podem tornar o Brasil um dos grandes produtores mundiais do SAF (Combustível Sustentável de Aviação). Ainda mais com o avanço do agronegócio, que continuará impulsionando o PIB nacional nas próximas décadas.
De outro lado, as startups sinalizam movimento de retorno à trajetória de crescimento, podendo contribuir de maneira significativa para a melhoria da competitividade das organizações. E contam com aliados tecnológicos cada vez mais poderosos, como inteligência artificial, realidade virtual, blockchain, automação e digitalização.
Se o digital é o presente e também o futuro dos negócios, o cuidado com a segurança cibernética ganha prioridade diante das ameaças virtuais.
Mesmo com cenário de menor PIB e eleições municipais no Brasil, 2024 deve ser um ano bom, mas ainda desafiador.