Por Michel Gralha, advogado
Há muito tempo convivemos com um país em polvorosa nos seus aspectos econômicos. O Brasil já passou por fases pesadas de inflação e desemprego. Todas, de alguma forma, com mais sacrifício de uns do que de outros, foram vencidas.
No período, para quem ficou desempregado, preocupação extrema, pois as contas não param e os recursos se tornam escassos. Adicionada a inflação, há a corrosão do pouco recurso disponível, e a soma destes fatores é catástrofe na certa. Além disso, temos, ainda, uma crise de credibilidade política e institucional jamais vista.
Curioso como somos induzidos ao erro e, quando percebemos, naturalmente suscitamos surpresa e desilusão
Confesso que já não consigo vislumbrar aonde chegaremos e isso é extremamente angustiante. Conviver com inverdades e argumentos inexistentes é tão difícil quanto aceitar que pessoas honestas sejam transformadas em ladrões, e bandidos em salvadores da nação. E mais, isso acontece na nossa frente, sem maiores explicações ou justificativas.
Assistimos a tudo atônitos, esperando o pior e nunca o melhor. Imaginem uma população que espera o pior?! Aquela sensação de que podemos ficar em circunstância ainda mais delicada?! Que não chegamos ao final da jornada! Ou mais drástico, que sequer podemos imaginar qual fim teremos?! Resultado: incerteza absoluta e queda dos índices de confiança dos cidadãos.
Bancos retraindo o crédito e pessoas focando em sobreviver, contendo qualquer investimento e gerando uma estagnação geral. Verdade? Sim, basta ver os últimos balanços das empresas, seus resultados e a quantidade de demissões.
Quem apostou no bem colherá tempos difíceis. Quem apostou na paz colherá tempos de perseguição. Curioso como somos induzidos ao erro e, quando percebemos, naturalmente suscitamos surpresa e desilusão. O estrago já está em andamento e os desafios serão gigantescos. Não pensem que teremos mares calmos, pelo contrário, teremos um turbilhão de emoções.
Nossas estruturas institucionais serão duramente testadas, como nunca foram. Torço para que possamos sair fortalecidos; caso contrário, caminharemos para a dura realidade dos nossos vizinhos latinos, que conduz, necessariamente, para tempos de miséria e degradação da liberdade.