Por Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego
Que a mensagem seja cristalina. O enfrentamento ao trabalho em situação análoga à escravidão receberá de nosso governo o nível máximo de prioridade. As operações como as que libertaram mais de duas centenas de trabalhadores que se encontravam nessas condições trabalhando para vinícolas no Estado seguirão sempre que a nossa fiscalização se deparar com essa realidade ou que denúncias chegarem ao nosso ministério. O retrocesso aos tempos da incivilidade ficou preso aos últimos quatro anos.
A determinação que recebemos do presidente Lula é de trabalhar incansavelmente pelo aumento da formalização do trabalho no Brasil. Em suas mais diversas formas. A precarização e a exploração não combinam com a sociedade moderna que queremos construir.
O enfrentamento ao trabalho em situação análoga à escravidão receberá de nosso governo o nível máximo de prioridade
A violência que situações como essas representam é inaceitável. E todos perdem. Perdem os trabalhadores e trabalhadoras, que se veem coisificados, com direitos desrespeitados, saúde debilitada, vidas em risco, destruídos em suas dignidades. E perdem também os empresários sérios, que sofrem com a concorrência desleal e com a mácula que a prática despeja sobre o seu segmento. Perdas de mercado – local e mundial – e de valor de suas marcas são consequências imediatas para aquelas empresas que cometem este crime.
Hoje e amanhã, visito o Rio Grande do Sul com o espírito aberto para, a partir de uma conversa franca e direta – como é característica do povo gaúcho –, envolver sindicatos de trabalhadores e as representações do empresariado na construção de um grande pacto pela erradicação do trabalho escravo ou análogo ao escravo em território gaúcho.
Movimento que levaremos para todo o país. Porque assim como não é apenas no setor vinícola que identificamos tais desumanidades, também não é só no Rio Grande do Sul. O grande acordo que o governo anterior fez com o obscurantismo se traduziu no desmonte da estrutura de fiscalização e em uma certa autorização tácita para a barbárie se instalar. Diremos um firme não a esta realidade. Um sonoro basta ecoará, espraiando por todos os cantos do Brasil o retorno à legalidade nas relações capital-trabalho.