Por Daniel Randon, Presidente das Empresas Randon e do Conselho do Transforma RS
A importância da educação é incontestável na retórica, mas ainda não encontra ressonância na prática. Sobram desafios e não faltam metas. Uma realidade que, no Brasil, precisa avançar muito para se comemorar com louvor o Dia da Escola, em 15 de março.
Sobram desafios a serem enfrentados com ações conjuntas entre governos e sociedade civil
Dados da Unicef de setembro de 2022 apontam que 2 milhões de crianças e jovens (11 a 19 anos) abandonaram a escola antes de concluir a Educação Básica. Na Educação Infantil, houve queda de 650 mil matrículas de 2019 a 2021. É a falência de um modelo desconectado da geração atual, que requer escolas diferenciadas e alinhadas com o seu perfil e o novo mundo do trabalho. É o caso de algumas escolas de turno integral do SESI e de outras referências mundiais com a aprendizagem centrada no aluno, valorizando a autonomia dos estudantes e dando a eles oportunidade de pensar e refletir sobre o conteúdo.
Em nível internacional, destaco a Agenda 2030 da ONU para a redução das desigualdades. Nacionalmente, o esforço tem que ser o de conectar as iniciativas isoladas nos Estados, integrando-as a uma política brasileira estruturada que tem a promessa de apoio financeiro do atual governo, como previsto na Constituição. E na esfera estadual, o Pacto pela Educação surgiu como um movimento colaborativo de pessoas físicas voltado à melhoria do ensino no RS, que já conta com 156 propostas de projetos em parceria com várias instituições. São objetivos factíveis que dependem da vontade política dos governos, contando com a adesão e o comprometimento da sociedade civil.
Por crença e convicção, vivencio na prática o poder transformador da educação, através de programas e atitudes com retornos garantidos tanto no âmbito corporativo como no ambiente doméstico, onde efetivamente tudo começa. A família, portanto, é fundamental nessa missão.
Como empresário e presidente do Transforma RS, sei da relevância de iniciativas que contemplem a preparação das pessoas para um exigente mercado de trabalho, que, contraditoriamente à realidade da massa de desempregados, tem vagas em aberto por falta de qualificação.
A transformação digital dá acesso ilimitado e rápido à informação, tanto para formação e aperfeiçoamento profissionais quanto para o empreendedorismo neste mundo das startups. Teremos, no final deste mês, o South Summit em Porto Alegre, que demonstra essa experiência.
É preciso deixar o discurso e assumir o protagonismo prático de combate às distorções dentro e fora das escolas, promovendo uma educação inclusiva, massificada e de excelência.