Por Gabriela Ferreira, consultora em inovação e professora da PUCRS
Steve Jobs, da Apple; Jeff Bezos, da Amazon; Elon Musk, da Tesla; Mark Zuckerberg, do Facebook, e Bill Gates, da Microsoft. Quando pensamos em pessoas da inovação esses são os nomes que estão nas mais diversas listas. Só existem homens na inovação? Parece que sim.
Você sabia que Ada Lovelace, que nasceu na Inglaterra, mas foi criada na Grécia, é considerada a primeira programadora do mundo, ou seja, a mãe da programação? E que a base da tecnologia do wi-fi foi criada por Hedy Lamarr, uma atriz e inventora austríaca naturalizada americana? Já ouviu falar que foram os cálculos da matemática americana Katherine Johnson que estabeleceram a trajetória da primeira viagem de um americano ao espaço, em 1961, e ajudaram Neil Armstrong a pisar na Lua, em 1969? E que a polonesa Marie Curie foi a primeira pessoa do mundo a ganhar dois prêmios Nobel, você sabia? Que foi a química britânica, nascida no Egito, Dorothy Hodgkin, quem decifrou a molécula da insulina, você com certeza já tinha conhecimento. Parece que inovação não é só coisas de homens, certo? Até porque a lista das mulheres inovadoras, embora desconhecidas, é bem grande.
As características femininas são fundamentais para que a inovação aconteça
Inovação precisa de ação. Mas cada vez mais se fala na importância dos soft skills, as habilidades interpessoais, para que a inovação aconteça. Empatia, colaboração, sensibilidade, intuição, acolhimento e horizontalidade são essenciais para incluir as pessoas (sim, são elas que fazem a inovação, e não a tecnologia, qualquer que ela seja) e garantir que a ação aconteça. E essas, em contraponto a pragmatismo, foco, disputa e poder, são características femininas.
Segundo pesquisa da Harvard Business Review, líderes femininas têm equipes mais engajadas, promovem melhor desempenho e economizam milhões de dólares para suas organizações. O estudo, conduzido com 5 mil empresas em cem países, identificou as duas principais características que levam à satisfação no trabalho e são encontradas mais em líderes mulheres do que em homens: sabedoria e compaixão.
É claro que precisamos de todas as características citadas para que a inovação aconteça. E talvez não seja tão claro o fato de que todas as pessoas têm ambos os grupos de características, embora em algumas elas podem estar em mais ou menos “concentração”, por assim dizer. Mas realmente importante é garantir a diversidade – de todos os tipos, mas aqui, hoje, o foco é o gênero – nas equipes e nas empresas se quisermos realmente evoluir. E falta tanto ainda para que isso aconteça. Vamos trabalhar para isso?