Por Daniel Randon, Presidente das Empresas Randon e do Conselho do Transforma RS
Tristes e preocupantes as invasões e quebra-quebra nos três Poderes em Brasília com imagens levadas ao mundo que afetam a todos nós. Falharam o sistema de inteligência da segurança do governo federal e a repreensão e manutenção da ordem de responsabilidade do DF, resultando na tragédia anunciada pelas redes sociais e pela intensa movimentação de pessoas em direção à Capital Federal. Um fato de extrema gravidade, repudiado por todos, que precisa ser apurado com punição exemplar dos responsáveis, para evitar novas ocorrências.
Como cidadão que tem fé na sua Pátria e nela quer criar os filhos e continuar gerando empregos e produzindo riquezas, quero crer que o lamentável episódio fique no passado, ainda que manchando as páginas da história de uma democracia forte, pois anarquia e destruição não representam a direita.
Palavras precisam ganhar a forma de atitudes que levem à coesão e não ao divisionismo
A todos, agentes de transformação, liderados pela nova gestão, cabe apaziguar os ânimos, o que ainda não está suficientemente firme e claro. Palavras precisam virar atitudes e em uma condução séria que leve à coesão e não ao divisionismo. A polarização já comprovou que é maléfica a todos com a disputa entre dois grupos fechados em suas convicções e sem disposição para o diálogo.
Para buscar o bem comum, a política passa por embates de projetos, valores e perspectivas diferentes. E isso se torna prejudicial quando o outro é tratado como inimigo e a eliminação dos rivais vira um desejo.
Nesta crise, são ainda mais urgentes atitudes de pacificação vindas das lideranças dos três poderes para que os cidadãos presenciem ações assertivas e ágeis no sentido da união.
Que os ânimos sejam apaziguados e que sejam evitadas maiores perdas e intervenções não desejáveis. Cabe aos eleitos, gostem ou não, governar para todos. Não temos tempo a perder no reencontro com o Brasil e no resgate da democracia tendo a liberdade como um princípio básico. A liberdade de expressão, por excelência, é pilar de uma sociedade justa e democrática.
Vamos transformar o momento de crise em aprendizado, distensionar o stress que ainda persiste e seguir em frente sem nos vitimizarmos. É inadmissível que, em nome da proteção ao Brasil do pior "inimigo", a quebra de regras seja justificada. Continuar tensionando somente reforçará uma polarização que levará a um temeroso futuro de ascensão unicamente de líderes populistas "iliberais", ou seja, sem apreço às normas democráticas e às limitações de poder. O Brasil e os brasileiros merecem um país forte e livre.