Por Michel Gralha, advogado
A virada de ano sempre é um momento de reflexão. Podemos até não colocar em prática todas as promessas que fazemos ao, metaforicamente, pularmos as sete ondas, mas, pelo menos, repensamos uma série de atitudes e traçamos algumas ideias para o ano que se inicia. Que ótimo que temos um momento como este. Na correria do dia a dia, vivemos assoberbados e olhando para tantas coisas que esquecemos de planejar, avaliar e restabelecer rotinas tão importantes para as nossas vidas.
Agora, refletindo sobre o próximo ano, meus pensamentos se enchem de preocupação. Como há muito tempo não sentia. Pensando no país, que é minha pátria e local onde decidi criar a minha família, minha cabeça fica cheia de incertezas. Sei que não adianta nos preocuparmos com aquilo que não conseguimos mudar, mas o que fazer com a política então? E com os políticos? Negligenciamos, nos distanciamos e somos responsáveis pelo cenário atual.
Temos pouquíssimos políticos capazes de governar de forma correta, serena, longe de favores e que pensem na população realmente necessitada.
Temos pouquíssi- mos políticos capazes de governar de forma correta
O que vemos são emendas, trocas de gentilezas, benefícios pessoais e muito pouco ou quase nada pelos cidadãos. Pena! Parece que é uma guerra sem fim e com pouquíssimas vitórias. Quando surge um ou outro representante que inspire um pouco de esperança, o sistema derruba e perdemos a chance de fazer o Brasil “decolar”.
Incrível e impensável que num país continental não surja uma, apenas uma, liderança capaz de unir todos e pensar no crescimento de forma razoável e honesta. Que possa entender que a população carente precisa de apoio, os empreendedores e os mercados precisam de liberdade, e os profissionais precisam de salários dignos. Que a democracia é intocável e que o papel do Estado é não atrapalhar, ou seja, interferir o menos possível. Infelizmente, trata-se de um sonho. Não teremos isto por, no mínimo, mais quatro anos. Sairemos desta, com certeza, mais devastados como nação, mas sairemos.
Ainda não aprendemos o suficiente, precisaremos sofrer mais um pouco, mas torço que seja a última vez.