*Texto publicado em ZH no espaço do colunista David Coimbra, que está em licença médica.
Enquanto você toca a vida, cumpre seus compromissos e corre atrás dos boletos, será que está sobrando algum tempo pra encontrar os amigos? Aquelas pessoas que abastecem o coração de amor, que renovam o estoque de risadas, que nos conhecem de trás pra frente e de frente pra trás, sabe assim?
Geralmente, vontade não falta, só disposição pra sair da rotina, botar uma roupa apresentável e fugir do combo sofá, pantufas e Netflix. Nada contra, inclusive eu adoro. Mas gosto mais ainda de receber um convite inesperado em que vou ter a chance de matar a saudade de vários amigos especiais, botar os assuntos em dia, brindar e rir (de novo) das piadas internas e histórias em comum.
Pra mim, a melhor definição de amizade real oficial é quando a gente se reencontra e parece literalmente que foi ontem, por mais que tenha sido há semanas, meses ou anos. Tudo volta a ser como antes, a sintonia tá on. Pulando a parte das culpas e cobranças, entendendo que o tempo às vezes é tirano e afasta quem nunca quis ficar longe. Reiniciar do ponto exato onde parou, aceitando que as pessoas mudam e atualizações são bem-vindas.
Se não for ao vivo, essa mesma conexão também pode acontecer numa mensagem de texto ou áudio que surge do nada e vai direto ao ponto. É a notificação perfeita, a gente nem sabia que estava com esse nível de saudade. Uma dica, desabafo, fofoca, notícia importante, um “guriaaaaaa!” que faz valer o dia.
Me considero uma mulher de sorte por acumular tantas amizades, e principalmente por ter amigas e amigos que não desistem de mim. O segredo é se cercar de gente agregadora e atender aos seus chamados. Não faço o tipo que toma a iniciativa pra convidar e encher a casa, por mais que adore estar junto de quem me faz bem. Contradições dessa libriana que vos fala, o ascendente em escorpião explica meu lado introspectivo.
Mas venho tentando socializar mais, especialmente pra tirar o atraso da pandemia. Não sou só eu. Todos nós estamos nos readaptando e nos redescobrindo enquanto grupo. Já chega abraçando ou espera o primeiro abraçar? Num futuro distante, ainda falaremos “quer vir fazer uma aglomeração aqui em casa?”. A Lúcia vai.
Voltando às amizades (às suas, às minhas, às nossas). O melhor dos mundos é conhecer outros amigos dos nossos amigos. É como se já viessem com selo de qualidade, só pode dar certo. Até porque amizade ciumenta é coisa de criança. Bora compartilhar afetos, somos mais fortes e divertidos juntos.
Essa coluna foi inspirada num encontro épico de amigos do corporativo pra vida. Que luxo ainda ter esse pessoal por perto. Isso sim é currículo valioso, LinkedIn. Pra você que me lê aqui, tomara que sirva de inspiração pra rever a sua turma e marcar algo logo antes que vire lenda. Dedique tempo e atenção pra quem importa.