Por Igor Oliveira, consultor empresarial
O desenvolvimento do setor de equity crowdfunding (financiamento coletivo de novos negócios) tem sido uma revolução silenciosa no Brasil. Lembro das primeiras tentativas, dez anos atrás, que esbarram na ausência de regulação compatível.
Com o advento, em 2017, da normativa CVM 588, muita coisa mudou. Aquilo que imaginávamos lá atrás começou a acontecer em uma escala razoável. Transações entre pessoas físicas e empreendedores passaram a ser uma alternativa concreta para driblar o elevado custo de capital para a inovação no Brasil. E aqui trato da inovação como um fenômeno bem largo. Pode ser desde um novo produto intensivo em tecnologia até o suprimento de uma necessidade latente por meio de um negócio um pouco mais tradicional.
Aquilo que imaginávamos lá atrás começou a acontecer em uma escala razoável
Nessa semana houve uma pequena nova disrupção nesse ambiente. A gestora de investimentos Prana Capital liderou uma rodada na plataforma de crowdfunding Captable. Sim, uma gestora profissional vai co-investir com pessoas físicas. Isso significa que ambos os lados vão se alavancar mutuamente e que o custo de capital para os empreendedores tende a cair. E o melhor de tudo é que esses empreendedores terão acesso ao melhor de dois mundos: o apoio dedicado da gestora e a rede de apoio das pessoas.
Agora faltam dois próximos passos para dinamizar de vez essa história: integrar startups e novos negócios na análise de carteiras de pessoas físicas, integrando as sinergias e tradeoffs que emergem desse tipo de investimento. E desenvolver um mercado secundário para dar liquidez a esses títulos de investimento em novos negócios, possibilitando venda imediata (o que traz sensação de segurança) e ainda maior eficiência de mercado.