Concorrência é sempre sinônimo de maior vantagem para o consumidor. Em um ambiente em que há disputa por clientes e usuários, os ofertantes de produtos e serviços se esforçam para disponibilizar melhores preços, tarifas ou pacote de benefícios. Sabem que a demanda pode se deslocar para outro prestador de acordo com a qualidade da experiência e das condições. Toda iniciativa que vise ampliar a competição, portanto, deve ser saudada, como ocorre agora com o open banking.
O open banking, existente em outros países e adaptado ao Brasil pelo BC e por instituições da área, é uma contribuição significativa para tentar mudar esse panorama, criando maior concorrência
São conhecidas as críticas ao sistema bancário do Brasil, considerado concentrado demais. Apesar do surgimento acelerado nos últimos anos das fintechs e instituições voltadas ao digital, ainda há poucos participantes no mercado. As consequências se materializam em maiores custos para os clientes. Nesse contexto, o chamado open banking, existente em outros países e adaptado ao Brasil pelo Banco Central (BC) e por instituições da área, é uma contribuição significativa para tentar mudar esse panorama, criando maior concorrência. A segunda e uma das mais importantes das quatro fases de implantação da novidade, quando os clientes puderam começar a usufruir dos benefícios, teve início na sexta-feira.
Trata-se potencialmente de uma nova revolução, ao criar um sistema financeiro aberto. Prevê que os clientes de um banco permitam o compartilhamento de seus dados com outros. Mas apenas com as instituições que quiser. Somente as informações que tiver a intenção de prestar e pelo tempo que pretender. Hoje, os bancos concorrentes não "enxergam" os dados que não estão na sua base. Passando a ter a permissão para conhecê-los, é possível oferecer, por exemplo, tarifas de serviços menores, crédito com juro mais baixo e cartão de crédito com mais benefícios. Na prática, ilustra o BC, os cidadãos passam a ser "proprietários" de seus dados e, com isso, a tirar proveito dessa possibilidade. Há garantias, sustenta a autoridade monetária brasileira, de que as informações não serão repassadas sem autorização nem vazadas.
O sistema bancário e os meios de pagamento, nos últimos anos, têm experimentado avanços tecnológicos rápidos. Desde a TED, em 2002, ao Pix, implantado no final de 2020, passando pelas inúmeras possibilidades abertas pelo uso dos smartphones quase que como uma agência bancária. A digitalização, com grande aceitação dos cidadãos, também evolui, unindo conveniência, agilidade e segurança. Independente, o Banco Central tem sido, nesse processo, um agente de grande relevância ao ser o indutor constante de inovações que buscam cada vez mais trazer ganhos para a população.