Mesmo que ainda existam incertezas a nublar o cenário econômico, são cada vez mais recorrentes indicadores que apontam para a esperança de o Estado e o país terem um final de ano de aceleração da atividade, com reflexos positivos no emprego. Em entrevista ontem à Rádio Gaúcha, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Irio Piva, demonstrou otimismo com o segundo semestre. É um sentimento em grande parte relacionado ao avanço da vacinação contra a covid-19, o que permite vislumbrar maiores possibilidades de a pandemia estar se aproximando de um ponto de controle.
É imperioso admitir que há, nos cenários predominantes, maior otimismo do que se observava poucos meses atrás
Não há dúvida de que, com a imunização ganhando ritmo, consumidores, empresários e investidores sentem-se mais confiantes na retomada e, assim, fazem a roda da economia girar com mais força. É um cenário que permite esperar, da mesma forma, resultados positivos para 2022. Em relação ao comércio, especificamente, datas como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e o Natal prometem reaquecer o setor. É alvissareiro ouvir que o segmento, um dos que mais geram postos de trabalho, tem boas perspectivas de contratações de temporários nesta segunda metade do ano, com maiores possibilidades de efetivação, mantendo-se o cenário vigente. A entrevista com o presidente da CDL da Capital foi a primeira de uma série que será feita no Gaúcha Atualidade, com empresários e dirigentes setoriais sobre as expectativas para os próximos meses.
Os sinais positivos aparecem, por exemplo, no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado de julho, divulgado ontem, voltou a subir. Foi a quarta alta seguida, colocando o indicador no patamar mais alto desde outubro do ano passado. Levantamento do Itaú Unibanco, divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo, aponta que, dos 13 principais setores da indústria brasileira, 10 já estão operando em níveis pelo menos semelhantes ao do período pré-pandemia. O boletim Focus, do Banco Central, mostrou também ontem mais uma revisão para cima das projeções para o PIB de 2021. O crescimento esperado da economia brasileira, agora, é de 5,29%.
É preciso ressaltar, no entanto, que ainda existem preocupações no horizonte. O desemprego permanece alto e a inflação ganha força, corroendo a renda da população. Há risco de escassez de energia no final do ano e a variante Delta da
covid-19 faz com que todos os cuidados individuais e coletivos, como uso de máscara e distanciamento, permaneçam necessários. As reformas de que o país precisa, da mesma forma, ainda não ganharam a tração desejada. O ambiente político conturbado é outro fator que atrapalha. Mas é imperioso admitir que há, nos cenários predominantes, maior otimismo do que se observava poucos meses atrás.