O empreendedor é, por natureza, alguém que enfrenta de forma irresignada, no cotidiano, uma série de obstáculos para se estabelecer e prosperar. A maratona burocrática e o emaranhado tributário são apenas alguns dos ingredientes que criam um ambiente hostil aos negócios no país, além das incertezas próprias do mercado e constantes ebulições políticas. A estas adversidades se somaram neste ano a maior crise sanitária em um século e todas as dificuldades para debelar um vírus ainda pouco conhecido e que, por isso, não tem ainda uma receita definitiva sobre a melhor forma de frear a sua disseminação, equilibrando saúde com a preservação da atividade econômica.
No campo ou na cidade, a atividade privada é o oxigênio da inovação e o músculo do progresso
Nesse cenário, sofreram de maneira intensa os setores de serviços, comércio e indústria, que aos poucos e em ritmos diferentes, começam a se recuperar. Em meio a este reerguimento, no entanto, ressurgem as preocupação com o novo recrudescimento da pandemia no Estado, no país e no mundo. Isso enquanto recém começa a reabilitação das agruras provocadas pela retração do consumo, do desaparecimento temporário dos clientes, das dificuldades para tomar crédito e da desarticulação das cadeias produtivas que atrapalha a retomada.
Com tantas provações, é preciso valorizar e reconhecer o esforço diário de empreendedores de todos os portes que, diante de variados contratempos e inseguranças, lutam para manter os seus negócios, gerar emprego e renda, fatores essenciais para a recuperação da combalida economia brasileira. Em auxílio à perseverança e à criatividade de homens e mulheres acostumados ao risco que significa abrir e manter viva uma empresa em um cenário inóspito, espera-se que, nos próximos meses, avancem as reformas necessárias, como a administrativa e a tributária, que de maneira inequívoca contribuirão para um melhor ambiente de negócios, gerando mais confiança no futuro. A proximidade de uma vacina segura e eficaz, da mesma forma, também sinaliza uma luz no fim do túnel.
No campo ou na cidade, a atividade privada é o oxigênio da inovação e o músculo do progresso. Não só das regiões mais ricas como a Grande Porto Alegre e a Serra, mas também da Fronteira Oeste ao Litoral Norte, da Zona Sul ao noroeste do Estado. Empresários de micro, pequenos, médios e grandes negócios tentam suplantar os percalços e as limitações impostas pelas medidas sanitárias para não sucumbirem. Quando o final do ano se aproxima, cabe valorizar, mais do que nunca, um segmento incansável na busca por desenvolvimento, criação de riqueza e oportunidades e a sua luta infatigável pela sobrevivência. É um esforço que, em última análise, está a serviço da prosperidade do Rio Grande do Sul.