Talvez em nenhum outro país, que não seja o tumultuado Brasil do presidente Jair Bolsonaro, um ministro da Saúde tenha de lutar em duas frentes ao mesmo tempo. De um lado, o hercúleo esforço de enfrentar o coronavírus e, de outro, equilibrar-se em uma função sabotada a todo instante pelo próprio chefe e pelo seu círculo mais fanatizado. Depois de Donald Trump ceder e admitir que os Estados Unidos precisam adotar o isolamento social até o fim de abril, o presidente brasileiro passou a ser o único chefe de Estado a desconsiderar as dimensões da pandemia para todos os setores da sociedade. Em sua ladainha sobre "histeria da imprensa" e "gripezinha", Bolsonaro só tem a companhia de um ditador doidivanas de Belarus, que manteve o campeonato local de futebol e recomenda sauna e vodca para tratar o coronavírus.
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