Por Gabriel Souza, deputado estadual (MDB)
Tradicionalmente marcada pela disputa intensa e polarização de opinião, a política gaúcha vivenciou recentemente um feito inédito: o acordo que viabilizou a aprovação do novo plano de carreira do magistério estadual. A votação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul é histórica. Desde que o plano foi criado, em 1974, nunca havia sido alterado nestas proporções.
Após inúmeras conversas e estudos, garantimos que os avanços temporais não sejam consumidos por futuros reajustes – os quais deverão ocorrer a partir de 2021 com a atualização do piso nacional do magistério –, assegurando o aumento real de salário aos professores. Além disso, incluímos no projeto as tabelas dos coeficientes de diferença entre níveis salariais, evitando, assim, um futuro achatamento da carreira. Por fim, também consta no texto que haverá uma regra de transição justa para aqueles que ainda contabilizam avanço temporal na forma de triênios.
Fundamentado em dois preceitos básicos, respeito às divergências e diálogo permanente, o acordo demonstra a importância de um partido centrista e moderado, como o MDB, na construção de soluções. Envolvendo o Executivo, servidores e sociedade, o texto teve o apoio do Cpers-Sindicato e o acolhimento do Governo do Estado. O desafio foi encarado com determinação: construir uma emenda que resultasse em um plano de carreira atrativo para o magistério e sem prejuízo aos professores estaduais.
O feito protagonizado no Legislativo gaúcho pode servir de exemplo à política brasileira, tão radicalizada e polarizada, para sanar desafios futuros. Cabe a nós, parlamentares, receber as sugestões, debater e dialogar na busca permanente de entendimento. Reconhecer a importância da educação, como alicerce de uma cultura e de todo o seu povo, é o que nos mobiliza. Garantir um plano de carreira atrativo é a fórmula para reescrever a história do Rio Grande junto a quem permanentemente nos ensina: os professores.