Durou também menos de um dia a notícia de que a Câmara Municipal de Porto Alegre pretendia votar nesta quinta-feira o reajuste de vereadores, do prefeito e do vice-prefeito, o que produziria um efeito cascata nos vencimentos mais altos da prefeitura, limitados ao salário do chefe do Executivo. Neste caso, quem forçou ao arquivamento do projeto foi o único ente legítimo para tanto: a opinião pública, manifestada de forma pacífica.
Agiu bem, portanto, a presidente da Câmara, ao sugerir a retirada do projeto da pauta, o que foi acatado pelos vereadores em votação simbólica
A reação contundente dos eleitores demonstra que a população está cada vez mais saturada de assistir aos recursos de seus impostos serem utilizados para ampliar ganhos de quem já está no topo da carreira do serviço público. Os vereadores e funcionários mais qualificados devem, de fato, ser bem remunerados, mas, no quadro de penúria que só agora começa a se reverter na prefeitura, fica evidente que há um limite para se conceder reajustes às custas do contribuinte.
Agiu bem, portanto, a presidente da Câmara, Mônica Leal, ao sugerir a retirada do projeto da pauta, o que foi acatado pelos vereadores em votação simbólica, evitando um desgaste ainda maior na imagem do parlamento municipal.