Por Afonso Hamm, deputado Federal (PP-RS)
O setor vitivinícola é uma das principais atividades agrícolas do Rio Grande do Sul - e os números dão a dimensão da importância dessa cadeia produtiva. São mais de 15 mil famílias envolvidas no segmento da uva, vinho, espumantes e derivados, movimentando em torno de R$ 3,5 bilhões anualmente no Estado.
O grande destaque é a região da Serra Gaúcha, que, ao unir tradição e tecnologia, responde por 85% da produção de vinhos no Brasil. As regiões da Campanha, Campos de Cima da Serra e Vale Central também estão se consolidando como polos vitivinícolas, demonstrando a visão empreendedora dos nossos produtores.
Porém, a expansão da área de produção, o crescimento do enoturismo e a alta qualidade dos nossos vinhos não significa que o setor não passe por dificuldades. A alta carga de impostos enfrentada pelos produtores, atrelada à falta de incentivos à comercialização do vinho brasileiro, tem gerado queda de competitividade.
Entre os principais desafios está a entrada de vinhos e espumantes estrangeiros. Em uma analogia ao futebol, estamos levando uma goleada pior do que o 7 a 1 contra a Alemanha na Copa de 2014: de cada dez garrafas de vinhos finos consumidas no Brasil, nove são importadas. Ou seja, 9 a 1.
Outro assunto que tem preocupado os vitivinicultores são os impactos do Acordo entre Mercosul e a União Europeia. O acerto pode fazer com que o mercado interno seja reduzido com a entrada de vinho europeu a preço 30% mais baixo.
Em meio a esse cenário de incertezas, acontece, esta semana, em Bento Gonçalves, a terceira edição da Tecnovitis, feira de tecnologia para a viticultura. Além de apresentar o que há de mais moderno, o evento pretende ampliar a discussão de alternativas para o setor, como a redução de tributos e da burocracia.
Essa é uma das atribuições da Frente Parlamentar em defesa da Uva e do Vinho no Congresso: atuar junto aos produtores e ao governo federal para tornar a vitivinicultura cada fez mais forte e acessível aos consumidores.