Por Pablo De Lannoy Stürmer, médico, secretário de Saúde de Porto Alegre
A decisão de extinguir o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) não é da Prefeitura de Porto Alegre, muito menos deste governo. Foi o Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional a lei que criou o Imesf, após ação judicial iniciada em 2011 por 17 sindicatos e associações. Desde que assumimos a gestão, em 2017, fizemos todos os esforços jurídicos que tínhamos ao alcance para evitar essa situação. Qualquer recurso hoje seria meramente protelatório, prolongando a situação irregular do Imesf. Não ficamos parados esperando a sentença.
Criamos um plano de trabalho que pudesse ser colocado em prática rapidamente e não deixasse a população desassistida. Nesse plano será possível expandir o número de equipes de saúde da família (ESF), ofertar serviços públicos de qualidade e transformar Porto Alegre em referência para o Brasil na Atenção Primária à Saúde. Faremos isso em duas etapas. A primeira vai garantir os melhores profissionais da área para atuação nos locais que hoje contam com trabalhadores do Imesf. Depois, chamaremos organizações filantrópicas para o gerenciamento e operação de unidades com equipes de saúde da família. Os porto-alegrenses contarão ainda em 2020 com novas Clínicas da Família, quatro novas unidades com atendimento até as 22h, reforma e adequação das estruturas já existentes e a qualificação na gestão dos postos de saúde.
Credibilidade para isso o governo liderado pelo prefeito Nelson Marchezan tem de sobra. Em dois anos e meio revolucionamos a saúde mental em Porto Alegre, abrimos mais de 330 leitos em hospitais, criamos a primeira Clínica da Família na Restinga, estendemos os horários de quatro postos até as 22h, renovamos a frota da Samu e aumentamos a oferta de medicamentos e exames. Também investimos em tecnologia e implementamos a Telemedicina. O resultado é redução de 40% na fila de espera por uma consulta médica!
Fizemos tudo isso implementando o modelo de contratos para serviços públicos não estatais, entregando o que mais importa para as pessoas – eficiência, qualidade e resolutividade. Entendemos a angústia dos servidores e da população neste período de transição, mas é preciso que todos tenham responsabilidade profissional e espírito público. Como disse o prefeito Marchezan, "vamos fazer deste limão, uma limonada". Em breve, tudo estará resolvido e o melhor: com um serviço de saúde ainda mais qualificado aos porto-alegrenses.