Por Cezar Schirmer, advogado, ex-secretário da Segurança Pública
Guerra nenhuma, no curso da história, foi vencida sozinha. As alianças entre nações foram fundamentais para o êxito de grupos e países nos mais variados conflitos. Apesar de nunca serem salutares, experiências como essas trouxeram inúmeros reflexos e, por consequência, lições à humanidade. E uma delas, com certeza, está na necessidade perene da união de esforços em prol de um bem maior.
Tais ensinamentos valem – e muito – para o enfrentamento diário contra a criminalidade no Rio Grande do Sul. Mais do que unirmos pessoas e instituições, precisamos integrar tecnologicamente o Estado e os municípios. Câmeras de videomonitoramento e sistemas de cercamento eletrônico são dois poderosos instrumentos de combate ao crime, sem dúvidas. Entretanto, tornam-se inócuos quando desconectados entre si.
O desafio, agora, está justamente em integrar os mais variados sistemas e manter o padrão tecnológico. Hoje, grande parte dos municípios gaúchos possui câmeras – sejam estas públicas ou privadas. Interligar esses equipamentos, com espelhamento de imagens às centrais de comando e controle estadual e regionais, é crucial para a pronta resposta das polícias, identificação de suspeitos, recuperação de veículos furtados ou roubados e elucidação de crimes.
Criminosos não respeitam fronteiras e movimentam-se com muita facilidade – normalmente sobre rodas. Por outro lado, o Estado para nos limites territoriais e, muitas vezes, burocráticos. Precisamos, então, romper esses contornos geográficos através da tecnologia. Conectar as câmeras de municípios vizinhos, por exemplo, possibilita o acompanhamento de veículos suspeitos entre fronteiras.
É preciso inovar e não ficar amarrado à visão tradicional de segurança pública. Mais efetivo, veículos, armas e equipamentos são importantes, sim. Mas o mundo evoluiu, o enfrentamento do crime mudou e são cada vez mais necessários novos instrumentos tecnológicos. Hoje, pode-se fazer mais com menos.
O futuro – e o presente – da segurança pública está, definitivamente, conectado à tecnologia.