Por Paulo Caramori, chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital São Lucas da PUCRS
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo, segundo o levantamento mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil não é diferente. Neste ano, o Ministério da Saúde divulgou números que apontam o registro de 34 mortes por hora. Em 2017, foram 302 mil mortes ocasionadas por infarto, hipertensão e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Esses dados alarmantes devem servir de alerta em uma data tão relevante: o Dia Mundial do Coração, celebrado no dia 29 de setembro.
Para enfrentar esta realidade, é preciso uma atenção individualizada desde a prevenção ao tratamento das complicações mais sérias. O manejo inicial é a importante realização de uma revisão periódica com o cardiologista, que pode identificar e tratar, de forma precoce, doenças silenciosas, como hipertensão, diabetes e elevação de colesterol. Porém, cada um de nós, junto com o seu médico, deve melhorar hábitos de vida, como: abandono do tabagismo, dieta equilibrada, prática de atividade física regular e controle da obesidade. A espiritualidade também tem ganhado espaço na prevenção os problemas cardiovasculares. Estudos científicos indicam que cultivar valores espirituais, religiosos e de relacionamento está associado a uma vida mais longa.
A despeito destes cuidados, as complicações cardiovasculares letais podem ocorrer. Felizmente, o meio médico possui excelentes estruturas para salvar vidas. Nas urgências cardiovasculares, o tempo é absolutamente precioso e cada minuto é importante. O diagnóstico deve ser realizado em poucos minutos e o correto tratamento imediatamente implementado. Os sistemas de atendimento de excelência devem ter uma equipe médica de prontidão, incluindo cardiologista 24 horas para realizar atendimento e manejo rápidos, além de unidades de cateterismo cardíaco, UTIs cardiológicas e equipes de cirurgia vascular e cardiovascular disponíveis.
Além da urgência cardiovascular, existe a fase de recuperação e prevenção de novos eventos. Assim, uma grande equipe multiprofissional deve ser envolvida no atendimento do paciente cardiológico durante a internação: médicos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas. Dentro deste contexto, fica o recado: cuide bem do seu coração, ele necessita de atenção especial. Enquanto isso, os nossos médicos e hospitais estarão prontos para aplicar o melhor da ciência e tecnologia naqueles que precisarem.